São Paulo, sábado, 15 de abril de 1995
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Sequestro durou uma semana

CLAUDIO JULIO TOGNOLLI; FERNANDO RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Abílio dos Santos Diniz foi sequestrado em dezembro de 1989. Após uma semana de cativeiro, a polícia localizou seu cárcere: uma casa de dois andares na praça Hachiro Miyazaki, no bairro do Jabaquara (zona sul de São Paulo).
Dez sequestradores se renderam, após um cerco policial de 36 horas, no dia 17 de dezembro -poucos minutos antes do fechamento das urnas para a votação do segundo turno das eleições presidenciais.
Saíram da casa do cativeiro dois canadenses, o brasileiro Raimundo Rosélio, três argentinos e quatro chilenos. Quatro sequestradores fugiram de outras casas alugadas em São Paulo.
Deixaram fotos e passaportes falsos. Pediriam US$ 30 milhões pela libertação do empresário.
Os dez sequestradores cumprem penas de 28 anos de prisão na Penitenciária do Estado de São Paulo, no Carandiru (zona norte).
O presidente Fernando Henrique Cardoso já assinou com o governo do Canadá um termo prevendo a expulsão dos sequestradores canadenses.
A polícia suspeita que o mesmo grupo tenha participado dos sequestros do ex-vice-presidente do Bradesco, Antônio Beltran Martinez (1986), do publicitário Luiz Sales (1989) e do publicitário Geraldo Alonso Filho (1990).
Mas não foram obtidas, no curso das investigações, provas materiais ou circunstanciais que confirmassem essas suspeitas.
Os sequestradores de Abílio Diniz tiveram três advogados: Iberê Bandeira de Mello, Marco Antônio Nahum e Belisário dos Santos Jr. -que hoje é o secretário de Justiça do governo de São Paulo.
Marco Antônio Nahum sustenta que seus clientes não são terroristas.
Nahum afirma que sequestraram Diniz para, com o dinheiro do resgate, "ajudar os povos pobres da América do Sul".
A jornalista canadense Isabel Vincent diz que a família dos sequestradores não sabe quem paga os advogados
(CJT & FR)

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