São Paulo, sábado, 15 de abril de 1995
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Método usado para retirada destrói morros

DA REPORTAGEM LOCAL

A extração de areia por desmonte hidráulico é uma "operação desmanche". O minerador literalmente destrói um morro para retirar a areia.
A terra é retirada da encosta dos morros com o uso de jatos de água. Misturada com a água, esta terra se transforma em lama, que é transportada por canos até tanques.
O desmonte hidráulico causa mudanças irreversíveis na topografia da região explorada. Mesmo assim, o método está sendo incentivado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
A secretaria diz que este sistema é menos predatório que o método tradicional, no qual a areia é retirada das margens dos rios.
"A extração da areia de leitos de rios acaba mudando o curso destes rios, com um grande dano ambiental", diz Ronaldo Crusco, diretor do Departamento de Proteção aos Recursos Naturais da Secretaria do Meio Ambiente.
Crusco diz que os mineradores que utilizam o desmonte hidráulico são obrigados a apresentar um plano para recuperação ambiental da área explorada. Este plano prevê reflorestamento e obras de drenagem, para evitar a erosão.
A secretaria prefere dar licença para a abertura de portos de areia que usem o desmonte hidráulico que para projetos de retirada de areia de rios.
Crusco diz que "é impossível parar a extração de areia, pela demanda colocada pela construção civil de São Paulo. Assim, a alternativa da secretaria é privilegiar o tipo de exploração que agrida menos a natureza".
Na extração feita no leito dos rios, a areia é retirada por bombas de sucção, alimentadas por óleo diesel.
A areia é levada para a margem dos rios para um a nova sucção e filtragem.
A extração de areia em lagoas, conhecida como cava, é feita a partir de um lago artificial, cavado ao lado do rio. Parte da água do rio é bombeada para o lago artificial, servindo para amolecer a terra e a areia, facilitando a extração.

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