São Paulo, domingo, 16 de abril de 1995
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FHC condiciona novo mínimo à Previdência

Governo vincula aumento a novas fontes de receitas

JOSIAS DE SOUZA
DIRETOR-EXECUTIVO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso, 63, escolheu uma semana entrecortada pelo feriado de Páscoa, com pouco movimento em Brasília, para atacar o Congresso. "Um Poder que não se assume não é Poder", disse.
"Eu estou pedindo ao Congresso que assuma a responsabilidade histórica de ajudar o Brasil a dar um salto", completou Fernando Henrique, referindo-se às reformas constitucionais.
Previdência
Ao mesmo tempo em que o presidente aumentava o tom de suas críticas ao Congresso, o ministro da Previdência, Reinhold Stephanes, negociava com os congressistas. O governo tenta evitar uma nova derrota no Parlamento.
Aproveitando-se do marasmo da semana, Stephanes fechou um acordo em torno do polêmico projeto de reajuste do salário mínimo para R$ 100 em maio.
O Planalto condiciona o aumento à aprovação de outra proposta, criando novas fontes de receita para a Previdência (veja quadro ao lado). Em troca, acena com a possibilidade de estender para todos os aposentados o aumento de 42,86%.
A discussão do projeto será retomada na próxima terça-feira. A oposição ameaça o governo com uma manobra de última hora.
PT e PDT tentariam desmembrar os dois projetos, aprovando o aumento do mínimo e adiando a votação da proposta que mexe nas fontes de arrecadação da Previdência. O governo acha que, desta vez, sairá vitorioso.
FHC vem acumulando derrotas no Congresso. Na semana retrasada, os parlamentares derrubaram veto presidencial que tratava do crédito agrícola. Antes, já tinham retalhado em quatro partes a emenda de reforma da Previdência que o governo desejava manter intacta.

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