São Paulo, domingo, 16 de abril de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Hotelaria está em desenvolvimento total
LUÍS PEREZ
"Turismo e hotelaria estão em desenvolvimento total na América Latina. As cadeias estão crescendo a uma média de 20% ao ano", disse o suíço Nicolas Worms, 31, em entrevista à Folha. Ele é diretor de marketing internacional da The Swiss Hotel Management School (SHMS), uma das mais respeitadas escolas de hotelaria da Suíça. "Em cinco anos, o volume de negócios será o dobro do que é hoje", afirmou o diretor, que esteve no Brasil para fazer palestras sobre as perspectivas de trabalho na área e apresentar o curso da escola. Segundo ele, o mercado deve crescer nas grandes redes. "Elas crescem e matam os pequenos hotéis, que não se adaptam ao mercado. Principalmente para os homens de negócios, elas são garantia de alta qualidade." No Brasil, o setor hoteleiro gera 150 mil empregos diretos e 450 mil indiretos. Em 94 o faturamento foi de US$ 1,5 bilhão, segundo dados da Abih (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis). Só na rede Caesar Park e CaesarTowers, nos próximos três anos serão abertos oito hotéis de cinco e quatro estrelas, segundo Jorge Nishimura, 36, vice-presidente de marketing e vendas. Esse número significa mais 1.500 empregos diretos. "Estamos falando em contratos já assinados. Nesse meio tempo certamente haverá outros", afirma. Como o setor trabalha com todo o tipo de qualificação e em diferentes regiões do país, é difícil estabelecer uma média salarial. Cada cidade tem um piso. Em São Paulo, ele é de R$ 160. No interior, um dos maiores é o de Águas de Lindóia (170 km ao norte de São Paulo) -R$ 140. "O problema da mão-de-obra é a falta de qualificação. Você não tem escolas suficientes para formar profissionais adequados", diz Roberto Rotter, 39, superintendente de operações dos hotéis Deville. "O ramo não é muito divulgado. Os jovens correm para direito e engenharia. É preciso falar também sobre os prós, não só que é preciso trabalhar aos sábados, domingos, feriados e à noite." Nos últimos anos, o número de cursos superiores tem crescido. Isso seria um indicador de que o mercado está em expansão? "Com certeza", responde Renata de Andrade, 25, coordenadora do curso de tecnologia em hotelaria do Senac/Ceatel (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial/Centro de Estudos deAdministração em Turismo e Hotelaria) de São Paulo. A instituição programa dois estágios durante os quatro semestresde curso. Um de 174 horas, nocampus avançado de Águas de SãoPedro (200 km a noroeste), onde mantém um hotel de aplicação, o Grande Hotel São Pedro. O outro, que é feito no mercado, dura 450 horas. O Ceatel mantém convênio com várias instituições internacionais da Suíça e dos Estados Unidos. Texto Anterior: Fundação oferece 150 vagas para médicos Próximo Texto: Salário baixo faz profissional deixar a área Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |