São Paulo, domingo, 16 de abril de 1995 |
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Eletricista leva título com taco emprestado
MAURO TAGLIAFERRI
Silva trabalha no Santos-São Vicente Golfe Clube, em São Vicente (litoral, 67 km a sudeste de São Paulo). Começou como caddie, o garoto que segura a sacola com os tacos dos golfistas, aos 12 anos, e, há quatro, é eletricista do clube. "Precisava ajudar minha família (tem mais dois irmãos e uma irmã) e, como o clube era perto da minha casa, comecei a pegar sacolas lá", contou ele. Observando os golfistas, Silva aprendeu a jogar. Pratica até hoje com equipamento emprestado por sócios do Santos-São Vicente. "O clube está ajudando a me profissionalizar. Eles deixam que eu treine aqui", afirmou. Com um salário mensal de R$ 405,00, Silva enfrenta o principal problema dos caddies que sonham em se tornar profissionais do golfe: não tem recursos para comprar o equipamento (que custa cerca de US$ 2.000). "Outro dia, um sócio daqui me deu um sapato para jogar. Mas ainda treino com tacos emprestados", disse. O plano de Silva, no entanto, é viver do esporte. "Jogo desde os 12 anos e agora estou treinando para chegar onde quero. E, se eu jogar bem e vencer torneios, dá para ganhar bem." No torneio para caddies e funcionários que venceu no último dia 31 de março, Silva ganhou um taco de madeira e uma ajuda de custo de RS 540,00. Segundo ele, o fato de o torneio ter acontecido no Santos-São Vicente o beneficiou. "Conheço bem o campo", contou.(MT) Texto Anterior: Golfe lança campanha para se popularizar em São Paulo Próximo Texto: 'Boy' aprende a jogar, faz contatos e vira empresário Índice |
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