São Paulo, domingo, 16 de abril de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Qatar surpreende com Mundial do deserto
RICARDO SETYON
E que se tornam incompreensíveis em uma paisagem com camelos, deserto e mulheres cobertas com véus, que deixam transparecer apenas os olhos. Este é o Qatar, que em cerca de dez dias teve a tarefa de organizar o 8º Mundial de juniores, depois que a Fifa (Federação Internacional de Futebol Association) decidiu não realizar o torneio na Nigéria, devido à falta de condições sanitárias e de segurança. A ira dos africanos não passou em branco. A Nigéria abandonou o campeonato e pediu o boicote dos países de seu continente -no que foi ignorada pelos outros dois representantes, Camarões e Burundi. Os nigerianos também acusaram os políticos do Qatar de terem corrompido os responsáveis com generosas doações. Para muitos, fica difícil entender como é possível gastar mais de US$ 2 milhões em menos de dez dias. Mas a quantia se reflete na impecável organização. Carros à disposição de todos, excelentes gramados (perfeitos, se consideradas as condições climáticas) e outras mordomias, exatamente a antítese do que se esperava na Nigéria. Um estádio que recebeu carpete, iluminação interna e externa renovada e até as porcas que seguram os corrimões polidas, serviu de palco para o encontro, na última sexta-feira, entre o brasileiro João Havelange, presidente da Fifa, e os emires do petróleo, apaixonados pelo futebol. Mas a festa não é exclusiva dos poderosos. O xeque Khalifa Bin Hamad Al-Thani, o rei, franqueou a entrada para todos os jogos -marcados em sua maioria nos finais de tarde, por causa do calor (até 48 graus). Texto Anterior: O que mudou não foi Zagallo, mas o futebol Próximo Texto: Futebol leva brasileiros ao país Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |