São Paulo, domingo, 16 de abril de 1995
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Brasileiros atravessam a América em um jipe

LUCIANO SOMENZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 07/05/95
Reportagem publicada na última página do caderno Veículos de 16/4 identificou incorretamente como BR-319 a estrada entre Porto Velho (RO) e Cuiabá (MT). Esse trecho é atravessado pela BR-364.

Brasileiros atravessam a América em um jipe
Dois brasileiros loucos por aventura percorreram mais de 22.000 km entre San Diego (EUA) e São Paulo, a bordo de um jipe Mitsubishi Montero 86.
André Martins Cedroni, 23, e seu irmão Giuliano, 21, gastaram US$ 9.000 durante a viagem -aí incluídos gastos com combustível (3.669 litros de gasolina), alimentação e o próprio jipe, que custou US$ 3.500, nos EUA.
Os dois saíram de San Diego no dia 13 de janeiro. Depois de 60 dias chegaram a São Paulo. Gustavo Cedroni, 16, outro irmão, e o amigo Fernando de Magalhães Mendonça, 22, também participaram de pequenos trechos.
Não tiveram a mesma paciência para enfrentar péssimas estradas, lama e dieta à base de macarronada e sanduíche de presunto.
O jipe usado na travessia de mais de 500 cidades nas três Américas é uma versão duas portas que, no Brasil, chama-se Pajero.
"Nossa média de velocidade era de 70 km/h por causa do peso da bagagem, equipamentos, prancha de surfe, além das quatro pessoas", conta Giuliano.
Segundo os irmãos, o Montero aguentou bem o trajeto. No saldo final, apenas dois pneus furados e a troca de um componente elétrico.
No trajeto, belas paisagens do México e de Belize e "um pouco de solidão" em lugares longe da civilização, no interior do Brasil.
"Em Porto Escondido, no México, ficamos dez dias por causa das praias", diz Giuliano.
No Brasil, porém, os contratempos foram maiores. "O que nos salvou dos constantes atoleiros foi o guincho elétrico. Sem ele, não conseguiríamos chegar até o fim."
As estradas brasileiras são motivo de muitas queixas. A BR-319, que liga Porto Velho (RO) a Cuiabá (MT), é a maior delas.
Só nesse trecho, cerca de 700 km, foram gastos nove dias de viagem. No km 400, por exemplo, não havia meio de atravessar um rio que corta a estrada.
"Tivemos que voltar 350 km para arrumar ferramentas e alguém para ajudar a fazer uma ponte com troncos de árvores", diz Giuliano.

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