São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 1995
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Preço é pior avaliação de shopping

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

Templos de consumo que reúnem mais de 3.000 lojas, quase a metade dedicada ao setor de moda, os shopping centers paulistanos já atraem a maioria absoluta dos moradores da cidade.
Pesquisa Datafolha revela que cerca de seis entre dez paulistanos haviam visitado um centro de compras nos dois meses anteriores ao levantamento, realizado no final de março -eram apenas quatro em novembro de 1991.
A esmagadora maioria dos frequentadores cravou "ótimo ou bom" ao avaliar os quesitos de limpeza (95%), variedade de produtos e serviços (86%), facilidade de locomoção (85%) segurança (83%), atendimento mas lojas (83%) e, pouco menos, em relação ao estacionamento (67%).
O mesmo não se pode dizer dos preços, que tiveram a pior avaliação entre os sete itens aos quais foram submetidos os shoppings.
Nesse quesito, os shoppings Paulista e Iguatemi receberam os menores índices de aprovação dos clientes (20% e 22%, respectivamente), enquanto o Interlagos obteve a marca recordista (66%).
Já o Center Norte, além de ter os preços bem avaliados pela maioria dos clientes (55%), desponta em primeiro lugar na lembrança espontânea dos paulistanos e é apontado como o shopping que os consumidores mais costumam frequentar, seguido do West Plaza.
O estabelecimento também lidera, com 17% de menções, no quesito de preferência -detinha 20% na pesquisa de 1991. Seguem-se o Ibirapuera e o West Plaza (12%).
O shopping Ibirapuera, na zona sul, destaca-se como o favorito dos consumidores mais ricos.
A localização geográfica também exerce mais influência junto aos clientes do que a diversidade e qualidade das lojas, redes de fast-food ou até mesmo "preços baixos" -invocados por apenas 15% dos frequentadores.
Para 44% dos entrevistados o principal critério que orienta a escolha do shopping é mesmo a proximidade do lar ou do trabalho.
O contingente de frequentadores oscila conforme a idade.
Sobe para 81% na faixa jovem de 13 a 17 anos, que transformou esses locais em pontos de encontro. Cai para 55% junto aos de meia idade (de 36 a 48 anos).
Além do apelo das "âncoras" (supermercados ou lojas de departamentos), brilham nos shoppings logomarcas de grifes famosas.
McDonald's e Boticário marcam presença na maioria dos centros de compras paulistanos, assim como a Casa Centro de eletroeletrônicos, o chocolate Kopenhagen e a livraria Siciliano.
Estima-se que 33% das lojas vinculadas a 550 cadeias de franquias operam em shoppings.
A Guaraná Brasil e a Pakalolo, com mais de cem lojas, funcionam exclusivamente em centros de compras -modalidade que, no Brasil, movimenta pouco acima de 10% das vendas do comércio.
Na média dos shoppings paulistanos, as lojas de roupas representam a maior concentração, seguidas de artigos diversos (20%); e alimentos e bebidas (14%).
O setor de alimentos e bebidas está representado por 22% das lojas do Interlagos, na zona sul, que atrai clientela mais popular.

Esta pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 29 e 31 de março foi um levantamento estatístico por amostragem estratificada por sexo e idade. A população geral a partir de 13 anos de idade foi tomada como universo da pesquisa e distribuída inicialmente por áreas homogêneas e zonas geográficas da cidade de São Paulo.
Foram realizadas 1.072 entrevistas. As entrevistas foram feitas em pontos de fluxo populacional, com sorteio aleatório dos entrevistados.
A amostra prevê margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, dentro de um intervalo de confiança de 95%.
A direção do Datafolha é exercida pelos sociólogos Antonio Manuel Teixeira Mendes e Gustavo Venturi, tendo como assistentes Mauro Francisco Paulino e a estatística Renata Nunes César.

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