São Paulo, terça-feira, 18 de abril de 1995 |
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Agricultura diversifica para aumentar lucro CARMEM BARCELLOS E LUIS NOVAES CARMEM BARCELLOS; LUIS NOVAES
Na rotação de culturas, o plantio de soja em uma determinada área é alternado ano a ano com o cultivo de milho. Este ano o Estado está colhendo 1,02 milhão de t de milho, cerca de 200 mil t a mais do que em 94. A área plantada também cresceu de 237,3 mil para 276,8 mil ha no mesmo período, enquanto a de soja encolheu de 1,09 milhão para 1,07 milhão de ha. Para aproveitar o produto como ração, já que os preços de mercado não são compensadores, os agricultores estão investindo na criação de aves e suínos. "A suinocultura e a avicultura vêm crescendo entre 30% e 40% ao ano, nos últimos cinco anos", afirma o secretário de agricultura do Estado, Celso Martins. O estímulo vem de indústrias como a Ceval, que conta com um abatedouro de suínos em Dourados e outro de aves em Sidrolândia. Somente na suinocultura, a Ceval pretende ampliar o número de produtores integrados no Estado de 60 para 500 até 1997. A indústria fornece os leitões e pintinhos aos criadores para que eles façam a engorda. O sistema é chamado de integração. Segundo Sérgio Waldrich, diretor da divisão de carnes da Ceval, o objetivo é atingir o abate de 3.200 cabeças/dia de suínos no frigorífico de Dourados até 1997. A unidade, instalada há dois anos, abate 1.200 cabeças/dia. Na indústria, junto ao abatedouro, a capacidade de processamento de carnes deverá passar de 3.000 para 7.000 toneladas/mês. Serão produzidos salsicha, linguiça, hamburguer, salame, presunto, bacon e costela defumados. Segundo Waldrich, o projeto envolve investimentos de US$ 36 milhões da Ceval. Mais US$ 56 milhões são colocados no projeto pelos suinocultores integrados na montagem da estrutura para a criação. No abatedouro de aves, comprado recentemente, a Ceval pretende duplicar o abate, passando para 120 mil cabeças/dia nos próximos 30 meses. O investimento é de US$ 5 milhões. Serão empregados 4.000 funcionários nos dois frigoríficos. Waldrich destaca que o valor protéico da soja e do milho produzidos na região é até 10% superior ao dos Estados do Sul do país. O ausência de grandes variações de temperatura entre verão e inverno e de doenças também favorecem essas atividades no Estado. Até 97, ele calcula que as criações de aves e suínos irão consumir 396 mil t de ração. No setor de óleo e farelo de soja, segundo Waldrich, a Ceval está com a produção estabilizada em sua fábrica de Campo Grande. A unidade processa 850 t/dia de soja, que resultam em 200 t/dia de óleo refinado das marcas Soya e Ville e 675 t/dia de farelo. Os jornalistas CARMEM BARCELLOS e LUIS NOVAES viajaram ao Mato Grosso do Sul a convite da New Holland do Brasil. Texto Anterior: Lobby ameaça coco nacional Próximo Texto: Dalpasquale quer investir US$ 5 mi na fazenda Índice |
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