São Paulo, terça-feira, 18 de abril de 1995 |
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Votação do projeto é adiada
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado adiou mais uma vez a votação do projeto de lei que vai regulamentar os direitos e obrigações sobre a propriedade industrial (já chamada de "Lei de Patentes").O projeto seria votado amanhã, mas ficará para a quarta-feira da próxima semana (dia 26). O presidente Fernando Henrique Cardoso queria que o projeto fosse votado na CCJ antes de sua viagem aos Estados Unidos. Ele viajou ontem. O projeto, do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), seria votado na quarta passada, mas os integrantes da CCJ pediram tempo para analisar melhor a proposta ("vistas coletivas"), adiando por cinco dias a sua apreciação. Por causa dos feriados da Páscoa, não houve sessão no Senado a partir da última quinta-feira e a CCJ decidiu contar o prazo de cinco dias a partir de ontem. Portanto, a matéria volta à pauta da próxima reunião, que será no dia 26. O Brasil tem sido pressionado pelo governo norte-americano a adotar uma nova Lei de Patentes. O problema é que a legislação em vigor -Código de Propriedade Industrial, lei número 5.772, de 1971- não reconhece direito de propriedade industrial aos produtos alimentícios, farmacêuticos e de química fina (usados para fazer cosméticos, entre outros fins). A propriedade industrial sobre um produto garante ao titular da patente monopólio na sua produção e comercialização. A indústria farmacêutica norte-americana acusa os laboratórios brasileiros de copiarem seus medicamentos (praticarem pirataria). Isto, segundo a indústria dos Estados Unidos, causa um prejuízo de US$ 500 milhões anuais ao setor. No Congresso, parlamentares do grupo nacionalista se opõem ao projeto, argumentando que a indústria farmacêutica nacional ficaria sem chances de desenvolvimento autônomo. Outra polêmica se concentra na área da biotecnologia, considerada estratégica pelos EUA e sujeita também à legislação sobre patentes industriais. Texto Anterior: Clinton deve cobrar a Lei de Patentes Próximo Texto: Alíquotas serão justificadas Índice |
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