São Paulo, terça-feira, 18 de abril de 1995
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Polícia nega lista de extermínio

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia de Francisco Morato (grande SP) ainda não tem pistas dos autores das duas chacinas ocorridas na cidade no último mês.
Na madrugada de sexta-feira passada, cinco pessoas de uma família foram mortas a pauladas, pedradas, facadas e tiros em sua casa, no Jardim Santo Antonio. No dia 21 de março, três pessoas foram assassinadas numa casa no bairro.
Segundo o delegado titular de Francisco Morato, Manoel Alberto Cardoso de Melo, 40, a única ligação entre os crimes é que a maioria das vítimas já tinha passagem pela polícia.
Segundo o delegado, dois dos mortos na sexta-feira, Max Cezário, 15 e Maxiano Cezário, 15, seriam viciados em cocaína e crack e teriam ligações com traficantes.
Melo nega que por este motivo a polícia não esteja empenhada em solucionar o caso. "Não importa se as vítimas são criminosos ou inocentes. O fato é que houve um assassinato e precisa ser solucionado", afirma.
Na sexta-feira, corria na cidade um boato de que os comerciantes de Francisco Morato e Franco da Rocha (cidade vizinha) teriam feito uma lista com 50 nomes de pessoas a serem exterminadas. Melo nega a existência desta lista. "Não existe nenhum indício", diz.
Para o delegado Seccional de Guarulhos, Octacílio de Oliveira Andrade, 56, a impunidade estimula o aumento das chacinas.
"A solução destes casos é complicada, porque dificilmente há testemunhas. Além disso, infelizmente em muitos casos a população apóia a ação dos matadores e não colabora com a ação da polícia".
Nenhuma das chacinas ocorridas este ano na região de Francisco Morato e Franco da Rocha foi solucionada.
Segundo Wilson Roberto Piques, 42, chefe dos investigadores de Francisco Morato, a forma utilizada pelos assassinos nos dois casos é semelhante e não está descartada a hipótese de se tratarem das mesmas pessoas.
O delegado Octacílio de Oliveira Andrade, determinou que as cinco equipes da Divisão de Homicídios de Guarulhos trabalhem para esclarecer os crimes.

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