São Paulo, terça-feira, 18 de abril de 1995
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Em Ford, o homem é o estilo

MARCELO REZENDE
DA REDAÇÃO

Durante as filmagens de "Cidadão Kane", conta umas das muitas lendas de Hollywood, o então jovem diretor Orson Welles reservava um intervalo em suas tardes para rever "No Tempo das Diligências", de John Ford. Quando lhe perguntaram a razão, disse que ali aprendia o que significava ter um estilo.
Se a história é mais uma anedota que um fato, ao menos tenta dar conta do que significa ver um "filme de John Ford". Ou, na visão de Welles, assistir seu estilo em plena ação, como em "Terra Bruta", que a Gazeta/CNT exibe hoje, às 20h.
Filmado no início da década de 60, o filme é um retorno ao tema de "Rastros de Ódio", de 1956. Mais uma vez, a história mostra a árida relação entre brancos e índios, no momento em que os EUA se preparava para ser uma nação. Menos do que um tema, índios e brancos servem mais como uma motivação em Ford.
Em "Terra Bruta" dois homens partem em busca de brancos que foram raptados por um grupo de índios. A função destes homens é resgatá-los para a civilização. Mas durante sua trajetória, o que vem a tona são suas diferenças de caráter e intenção. Ao menos em Ford, definitivamente o homem é o estilo.

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