São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 1995
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Assembléia fica vazia e professores mantêm greve

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de todos reconhecerem haver um esvaziamento na greve da rede estadual de ensino de São Paulo -hoje no 24º dia-, a assembléia geral de professores e funcionários ontem decidiu manter o movimento mais uma semana.
Desta vez, foi a Apase (o sindicato dos supervisores de ensino) que defendeu a suspensão da greve. Na sua assembléia pela manhã, havia 40 supervisores, de um universo de 1.500. A avaliação é de que só 8% continuam em greve.
Na assembléia do dia 7, os diretores saíram do movimento. Apesar de defender o fim da greve, a diretoria da Apase disse que aceitaria a decisão da assembléia geral. Para a Secretaria de Estado da Educação, a média de paralisação é de 25% da rede e 6,5 milhões de alunos. Para o sindicato dos professores (Apeoesp), 45% continuam parados -já foram 75%.
A professora aposentada Delza Maria Frares Chamma -que anteontem discutiu com o governador Mário Covas, em Campinas (leia texto ao lado)- subiu no caminhão de som, estacionado do lado de fora da Assembléia Legislativa do Estado, e fez discurso:
"Nossa trincheira de luta está na paralisação. Sair dela é afogar na praia", afirmou. Foi a oradora mais aplaudida.
O final da assembléia foi conturbado. Um grupo de cerca de 30 pessoas -que se autodenomina Coletivo de Trabalhadores da Educação- queria a palavra para defender que o piso reivindicado pela diretoria da Apeoesp (R$ 210,00) "é miséria".
O líder do grupo, Antônio Justino, ex-vice-prefeito de Diadema pelo PT e atualmente sem partido, disse, de cima do caminhão, que estava tendo sua palavra cerceada. Seu bando, abaixo, começou a bater no caminhão de som, abrindo um rombo do lado do veículo.
A proposta do grupo de reivindicar piso de R$ 800,00 foi rejeitada pela assembléia. Tanto as entidades grevistas como a PM calcularam o público em 3.000 pessoas.

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