São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

REPERCUSSÃO

Sandra Carvalho, coordenadora-executiva da Comissão Teotônio Vilela de Direitos Humanos: "A impunidade incentiva novos crimes. A responsabilização dos culpados serve como freio e prevenção de novas chacinas. É necessário também um programa de proteção às testemunhas, porque as pessoas têm medo de sofrer retaliações dos autores dos crimes."
Carlos Alberto Idoeta, presidente da seção brasileira da Anistia Internacional: "A repetição das chacinas provoca uma banalização do mal. A impunidade acaba entorpecendo a opinião pública, que não se comove mais com este tipo de crime. Existe uma 'tolerância' por parte da população. Os matadores exercem as funções desacreditadas pela população. Eles acabam fazendo o papel de polícia, delegado, juiz e até mesmo carrasco."
Sérgio Adorno, diretor-adjunto do Núcleo dos Estudos da Violência da Universidade de São Paulo: "O problema das chacinas no Brasil é histórico, não se dá valor à vida humana. Para que haja solução para o problema é necessário que as instituições de direito voltem a ter credibilidade junto à população."
Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Menor de São Paulo: "As chacinas têm como raiz o narcotráfico. Elas geralmente ocorrem em regiões de grande influência dos traficantes de drogas. O combate às chacinas deve começar com o combate com o narcotráfico."
Roberval Conte Lopes, deputado estadual (PPR) e ex-capitão da PM de São Paulo: "A impunidade estimula a ocorrência de novas chacinas. O governo quer desarmar a população, mas não adianta deixar os bandidos armados. Se as vítimas das chacinas estivessem armadas, com certeza não teriam sido mortos gratuitamente."
Erasmo Dias, deputado estadual (PPR) e ex-secretário da Segurança Pública de São Paulo: "As testemunhas são as peças mais importantes para as investigações das chacinas. Muitas pessoas têm informações e não querem passar para a polícia. Elas precisam se conscientizar de que elas são as vítimas desse tipo de ação e colaborar com as investigações."
Afanásio Jazadji, deputado estadual (PFL) e radialista: "É difícil questionar as origens das chacinas. Não concordo com este tipo de ação, mas respeito porque não sei o que faria se estivesse na pele de uma destas pessoas. A ineficiência da polícia incentiva a população a procurar fazer justiça com as próprias mãos."

Texto Anterior: Hotel faz pacote para atrair vítima de 'seca'
Próximo Texto: Governo mantém posição
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.