São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 1995
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Deputado nega dívida com BB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA SUCURSAL DO RIO

O empresário e deputado distrital Luiz Estevão (PP-DF) enviou anteontem à Folha documento de uma agência do Banco do Brasil certificando que suas operações com aquela unidade do banco não estão em atraso.
Trata-se de uma carta de José Otávio Martins, gerente da agência Taguanorte, no Distrito Federal. O texto é curto. Tem apenas uma frase: "Atendendo à vossa solicitação, informamos que suas operações de Custeio Agrícola, contratadas nesta agência, não se encontram vencidas".
A Folha noticiou anteontem que o nome do deputado integra lista de inadimplentes (com dívidas em atraso), de novembro de 94. A lista foi preparada pela Diban (Diretoria de Crédito Geral, Captação e Serviços Bancários do BB. Em carta pessoal à Folha, Estevão nega ter dívidas com o BB. Diz que há 20 anos opera com o banco.
O gerente financeiro da Dover Indústria e Comércio S/A, Antônio Lima, disse que a dívida de R$ 69 milhões da antiga Dover Comércio e Importações Ltda. está sendo renegociada.
A Dover Ltda. aparece no topo da lista. Lima disse que a empresa foi extinta e absorvida pela Dover S/A e que não faria mais comentários porque queria se informar sobre a dívida.
Sebastião do Espírito Santo, diretor da Tamoio S/A Comércio e Indústria de Agregados, disse que o BB está cobrando duas vezes a mesma dívida.
Segundo ele, o banco serviu de avalista num empréstimo de US$ 5 milhões que a Tamoio tomou no exterior, em 1980. "Tínhamos um prazo de cinco anos. O BB nos deu um prazo maior de pagamento, mas depois resolveu cobrar duas vezes", disse.
Espírito Santo disse que a dívida está sendo negociada na Justiça e que a Tamoio S/A tem como garantia um terreno em Jacarepaguá (zona oeste do Rio) de valor superior aos R$ 27 milhões citados no relatório do Banco do Brasil.
O presidente da Companhia Comércio e Navegação, Hélio Paulo Ferraz, disse que a dívida de R$ 17 milhões citada no relatório já foi negociada.
Disse que tem depositados no Banco do Brasil R$ 150 milhões em garantias reais e ativos de sua empresa e mais R$ 150 milhões em certificados de privatização.
O diretor presidente da Carvalho Hosken S/A Engenharia e Construções, Carlos de Carvalho, disse que quer pagar ao BB sua dívida de R$ 15 milhões, mas o banco não quer receber.
"Aceitei o valor definido judicialmente, mas o banco recorreu ao Supremo", afirmou.
O diretor financeiro da Votec Serviços Aéreos Regionais, Marcelo Almeida, disse que a dívida de R$ 13 milhões citada no relatório está sendo negociada junto ao banco por um grupo de técnicos da empresa.

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