São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 1995
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FHC diz a empresários que reforma vai passar

DO ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK

A principal preocupação do presidente Fernando Henrique Cardoso em seu discurso ontem a 1.200 empresários em Nova York foi convencê-los de que o o Congresso vai aprovar suas reformas econômicas em três ou quatro meses.
"Não tenham dúvidas de que o Congresso aprovará. Quem vos fala viveu 12 anos no Senado. O Congresso aceitará o desejo da maioria da população. Não há a menor dúvida sobre isso", afirmou FHC, de improviso.
Ele se afastou do texto redigido diversas vezes, quase sempre para dar ênfase à sua tese de que as reformas podem "demorar um pouco", mas passarão.
A maioria dos interlocutores de FHC nos EUA tem demonstrado grande confiança no presidente e simpatia por ele mas vêm manifestando dúvidas sobre se os seus programas conseguirão maioria no Congresso.
"O que são três ou quatro meses na vida de um país?", perguntou ele. Depois, argumentou que reformas constitucionais levam tempo e que apenas no mês passado um Estado do sul dos EUA ratificou emenda constitucional de 1964 que aboliu a escravidão no país.
Ao final, afirmou: "Este é o momento de investir no país. Saberão tirar melhor proveito das oportunidades aqueles que antes chegarem. Eu os convoco: cheguem depressa! Serão recebidos de braços abertos".
Segundo a Câmara de Comércio Brasileiro-Americana de Nova York, que promoveu o almoço, 70% dos 1.200 presentes eram norte-americanos e os outros 30% brasileiros.
Muitos representavam empresas que nunca investiram em América Latina, como Mark Cohen, do banco State Street, de Boston.
Kissinger disse que FHC "provocou tremenda impressão sobre todos" e que o Brasil é muito diferente do México: "Tem mais estabilidade política, crescimento econômico e investimentos".

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