São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 1995
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PM é preso acusado de matar 3 pessoas

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O soldado da PM Eudes Aparecido Menezes foi preso ontem sob a acusação de ser um dos autores da chacina da Casa Verde Alta (zona norte de São Paulo).
O crime aconteceu em 20 de janeiro passado, em um bar da rua Domiciniano Ribeiro. O local seria ponto de venda de drogas e de jogo ilegal de cartas.
Três pessoas morreram e cinco ficaram feridos. Os matadores, nenhum deles fardado, fugiram em duas motocicletas.
Menezes foi reconhecido ontem na Corregedoria da PM por S.V.L., acusado de ser traficante, que estava no bar e escapou ileso.
S.V.L. afirmou ao Departamento de Homicídios que atirou nos matadores e feriu um deles, o que teria impedido que todos que estavam no bar fossem mortos.
Além do soldado Menezes, a polícia desconfia, com base no depoimentos de outros dois sobreviventes e da mãe de uma das vítimas, que dois outros policiais participaram do crime. Um quarto homem também estaria envolvido.
Na chacina morreram Wagner Batista do Nascimento, 32, Osmar Cesário de Araújo, 34, e Silvia Matias, 21. Ficaram feridos Ana Paula de Oliveira, 48, Rosani de Jesus Nunes, 28, Antonio de Pádua Francisco dos Anjos, 28, Patrícia Cristina da Silva, 19, e Flávio Henrique Rebechi, 19.
Rebechi foi preso logo após o crime, pois era fugitivo do presídio de Mongaguá (99 km ao sul de SP), onde deveria cumprir cinco anos de prisão por roubo.
Além dele, só uma outra vítima, Osmar de Araújo, tinha passagem pela polícia. Ele havia ficado nove anos preso por assalto.
O ajudante-geral Ariovaldo Batista do Nascimento, 39, disse que seu irmão Wagner era viciado em drogas e o bar era usado para venda de cocaína. "Depois das 22h, gente decente não ficava no bar."
Segundo a polícia, as outras vítimas também usariam drogas. O delegado Carlos Alberto Pavarini, da Departamento de Homicídios, disse que havia no bairro uma guerra entre dois grupos rivais de traficantes. Mas o motivo do crime seria a ação de matadores.
Laudos da perícia revelam que Wagner e Osmar receberam com quatro tiros e Silvia, dois.

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