São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 1995
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Cantora fica cada vez mais compositora

FERNANDA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

"Para mim sempre foi natural compor, é uma extensão da coisa de improvisar com a voz", diz Marisa. "É também um contato com os poetas, com os parceiros, com a produção contemporânea. É uma maneira de comungar com as pessoas da minha turma."
Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Nando Reis, Arto Lindsay são alguns dos compositores que fazem parte dessa turma.
"Fazer uma música é uma celebração. Toda vez que encontro com Carlinhos Brown a gente faz uma música para celebrar o encontro", diz.
Marisa conta que desde criança inventava músicas, mas que só começou a mostrá-las a partir do disco "Mais". "No primeiro disco, eu não tinha essa preocupação ainda. Tinha muita coisa para descobrir e conquistar. Era a apresentação da voz, da cantora."
"Mas eu sabia que tinha muita coisa para fazer a partir dali. Mostrar que cantar não é só cantar, que eu estava inserida no processo cultural", diz.
"No meu segundo disco, além de procurar minha turma, eu achava que tinha que começar a mostrar as músicas que eu compunha e tinha que aprender a me relacionar com o estúdio", acrescenta.
Uma vez compositora, Marisa produz aos montes. "No ano passado eu tinha muita música, aí comecei a querer distribuir. A gente deu uma música para a Cássia Eller, uma para o Cidade Negra. É legal ter essa intersecção com mais pessoas."
Além disso, ela diz que adora ouvir no rádio uma música sua cantada por outra pessoa.
"As composições com o Arnaldo são todas muito legais. É muito fácil fazer música com ele", diz Marisa. "Geralmente a gente faz totalmente separado, eu mando a música e ele faz a letra em cima."
Já com os parceiros Nando Reis e Carlinhos Brown, Marisa diz que fazem tudo junto.
O fato de este último disco não ter nenhum "hit" das rádios não preocupa a compositora: "Só na semana passada fiz o primeiro clipe, da música 'Segue o Seco', o que ajuda. Também escolhi 'Maria' como a música que representava melhor o disco. Tinha a opção de escolher uma mais radiofônica, mas eu quis ir pelo caminho mais difícil. Mas ter um hit que toca muito no rádio não significa que você venda muito disco". (FS)

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