São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 1995
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Atentado destrói prédio nos EUA

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Erramos: 21/04/95
Está errado o registro de atentado no Líbano em 1982, com 281 soldados norte-americanos mortos, publicado ontem na Primeira Página e na 2-1. Foram dois atentados simultâneos no país, em 1983. Em um deles morreram 241 soldados dos EUA. No outro, mais de 40 da França.
Pelo menos 20 pessoas morreram e 200 ficaram feridas com a explosão de um carro-bomba diante de um prédio de escritórios do governo federal norte-americano no centro de Oklahoma City (capital do Estado de Oklahoma, região centro-sul ocidental dos EUA).
Há informes não-confirmados de que 78 pessoas morreram. À noite ainda havia vítimas sob os escombros do prédio, onde também funcionava uma creche.
Segundo a secretária da Justiça, Janet Reno, pode haver entre 100 e 250 pessoas desaparecidas, entre elas 20 crianças.
Foi o mais grave atentado terrorista já ocorrido no território dos EUA (em 1982, 281 fuzileiros navais norte-americanos morreram num ataque com carro-bomba em Beirute, no Líbano).
Ele levou o governo a declarar um alerta nacional de segurança em suas instalações em todo o país, inclusive na sede do Congresso, em Washington.
"Não tenham dúvidas de que vamos achar quem fez isso', afirmou o presidente Bill Clinton. "A pena de morte está disponível e vamos buscá-la", disse Reno.
Prédios governamentais em várias cidades dos EUA foram evacuados depois de telefonemas anônimos informando sobre bombas.
A última informação oficial sobre vítimas é do médico Carl Spengler, de um hospital local.
Segundo ele, a explosão matou 8 adultos e 12 crianças que estavam na creche situada no segundo andar do edifício.
Frank Keating, o governador de Oklahoma, disse ter recebido informes não-confirmados sobre cerca de 40 mortos.
Uma enfermeira, porém, declarou a uma emissora local de TV e à rede CNN que seu hospital havia recebido "80 vítimas, e apenas duas delas estavam com vida'.
John Magaw, diretor do ATF (escritório de controle de Álcool, Tabaco e Armas de Fogo dos Estados Unidos), disse em Oklahoma City que "um veículo foi estacionado diante do prédio e detonado pouco depois das 9h. Ele continha entre 450 e 550 quilos de explosivos".
O choque provocado pela explosão foi sentido a 45 km de distância. Diante do prédio há agora uma cratera de 2,4 m de diâmetro.
O edifício Alfred Murrah, de nove andares, fica na esquina da av. Robinson com a rua 5, no centro de Oklahoma City. Ali trabalham 514 funcionários do governo.
Dois telefonemas a emissoras de TV -o Canal 8 de Oklahoma City e a RT1 de Bruxelas (Bélgica)- assumiram a autoria do atentado em nome da Nação do Islã, organização de negros muçulmanos norte-americanos.
Em Chicago (norte dos Estados Unidos), porém, a entidade negou qualquer envolvimento: "Os líderes da Nação do Islã negam enfaticamente qualquer conexão com o terrível atentado e, junto com todo o país, reza pelo sucesso dos funcionários públicos, voluntários e demais pessoas que estão trabalhando para salvar vidas e propriedades".
O atentado ocorreu exatamente dois anos após a invasão da sede da seita Ramo Davidiano em Waco, Texas (400 km ao sul de Oklahoma City), por agentes da ATF, na qual morreram 71 pessoas.
Sobreviventes da seita -perseguida por posse ilegal de armas e aliciamento de crianças- negaram envolvimento na explosão de ontem em Oklahoma City.
O atentado também aconteceu em meio ao julgamento dos acusados pelo atentado a bomba que matou seis pessoas no World Trade Center de Nova York, em 26 de fevereiro de 1993.

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