São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 1995
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Aznar deve suceder primeiro-ministro González

MARIA ALZIRA BRUM LEMOS
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE MADRI

O deputado José Maria Aznar, 40, tenta vender uma imagem de dirigente responsável, pai de família e cidadão comum.
Sua ascensão política foi rápida. Logo depois de formar-se em Direito pela Universidade Complutense de Madrid, entrou para o serviço público.
Com 30 anos, elegeu-se deputado pela Aliança Popular, uma agremiação de direita onde se agrupavam no fim dos anos 70 e início dos 80 os nostálgicos do regime franquista sob a direção de Manuel Fraga, atualmente no PP e presidente da Junta da Galícia (Província no noroeste do país).
Nos anos 80, Aznar exerceu a presidência da Junta de Castilha e Leão (nordeste do país), de onde se lançou como figura política de prestígio. A Aliança Popular metamorfoseou-se no Partido Popular e Aznar ascendeu à sua presidência.
Como dirigente esforçou-se em recuperar antigos dirigentes da União de Centro Democrático (UCD), partido que havia conduzido o processo de transição entre 1977 e 1982.
Com um discurso mais de centro, o PP conseguiu ampliar substancialmente sua base eleitoral.
Nas últimas eleições gerais, realizadas em 1993, o PP obteve mais de 8 milhões de votos, ficando a menos de 1 milhão do Partido Socialista Operário Espanhol, de Felipe González.
Nos últimos meses, à medida que se agrava o desgaste dos socialistas -que estão enredados em problemas que vão da corrupção em suas próprias fileiras até o desemprego, com o inevitável descrédito popular -o Partido Polular cresce como alternativa de oposição.
Se tivesse diso morto, Aznar provavelmente se transformaria num mártir. Vivo, seguranmente vai capitalizar dividendos políticos do atentado.
Quase ninguém neste país duvida de que ele será o próximo primeiro-ministro da Espanha.(MABL)

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