São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 1995
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Fernandes tem sigilo fiscal quebrado

CLAUDIO JULIO TOGNOLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A pedido da Justiça, o Banco Central e a Receita Federal quebraram, pela segunda vez, o sigilo bancário e fiscal de Antônio Sérgio Fernandes, presidente da Companhia do Metropolitano de São Paulo no governo Orestes Quércia (1987-1991).
O promotor José Roberto de Souza Meirelles, que solicitou à Justiça a nova quebra de sigilo, começou ontem a analisar 4.130 páginas do processo de Antonio Sérgio Fernandes.
Fernandes e outros cinco ex-funcionários do Metrô haviam sido denunciados, em 10 de abril de 1992, sob as acusações de formação de "bando ou quadrilha" e de desvio de bens públicos.
A denúncia se dá quando a Promotoria considera ter juntado provas materiais suficientes, contra o acusado, para pedir condenação à Justiça.
O processo do caso traz elencados imóveis, haras e sítios, no interior do Estado de São Paulo, avaliados em US$ 2,5 milhões e que teriam sido comprados por Antônio Sérgio Fernandes, diz a acusação, com verbas desviadas do Metrô.
Entre os imóveis está o haras Kentucky, com 16,6 mil hectares, e o haras Água das Palmeiras, com 22,6 mil hectares.
A denúncia do Ministério Público afirma que Antônio Sérgio Fernandes teria começado a desviar as verbas "numa reunião extraordinária do Conselho Administrativo do Metrô, em 3 de abril de 1987, quando formou-se uma verdadeira quadrilha dentro da empresa".

Outro lado
O advogado de Antônio Sérgio Fernandes, Arnaldo Malheiros Filho, disse à Folha que seu cliente "vai ser absolvido, e é por isso que o Ministério Público está inventando essa história, é para ganhar tempo antes que o caso se encerre".
O advogado também disse que a denúncia contra seu cliente "foi oferecida de afogadilho, sem maior cuidado, para convalidar um pedido de prisão preventiva feito sem inquérito policial e sem processo".
Para Malheiros, o trabalho da Promotoria foi feito "com tanta pressa e tão pouca precisão".

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