São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 1995
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Arquivos da Unicamp são destruídos por pirata

FRANCISCO CELSO JORDÃO; IGOR GIELOW E MARTA AVANCINI
DA FOLHA SUDESTE

Os arquivos de três faculdades da Unicamp e do Núcleo de Monitoramento Ambiental da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias), em Campinas (99 km de SP), foram destruídos por um "cracker".
O "cracker" é a pessoa que entra em um sistema para destruir os arquivos e roubar informações. Ele age de forma diferenciada da do "hacker", pessoa que penetra em sistemas para fazer brincadeiras, mas não destrói arquivos.
Na Embrapa, os trabalho de quatro anos no monitoramento por satélite de crimes contra o meio ambiente foram destruídos, mas, assim como na Unicamp, havia cópias de reserva que impediram a perda definitiva dos dados.
"Foi o ataque mais destruidor de que temos notícia no Brasil", afirmou Deni Gotschke, 42, gerente de informática da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
A Fapesp é o órgão que comanda a ligação entre institutos de pesquisa no Estado e a Internet -rede mundial que interliga cerca de 45 milhões de usuários de computador em todo mundo.
Na Unicamp, o invasor destruiu os arquivos da Faculdade de Engenharia Mecânica, Faculdade de Engenharia Agrícola e da Faculdade de Engenharia Civil.
A analista de sistemas da Unicamp Maria Raquel de Aguiar, 29, disse que os técnicos descobriram a destruição na manhã de segunda.
"Levamos três horas para recuperar os arquivos. Estes arquivos que foram apagados regulam o funcionamento do computador."
Os pesquisadores da Embrapa vão levar duas semanas para voltar a colocar o serviço ligado à rede Internet. O analista de sistemas da Embrapa, Carlos Fernando Assis Paniago, 38, disse que o cracker descobriu a senha utilizada na Embrapa e entrou no sistema.
Antes de apagar os arquivos, o cracker deixou mensagens. Uma delas dizia: "Cá estou novamente espalhando o terror pela Internet". (Francisco Celso Jordão, Igor Gielow e Marta Avancini)

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