São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 1995
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Polícia amplia as buscas por sindicalistas

FERNANCO CANZIAN

FERNANDO CANZIAN
DO ENVIADO ESPECIAL

O governo da Bolívia iniciou ontem a triagem das 376 pessoas presas nos dois últimos dias e libertou dezenas de estrangeiros e professores que estavam detidos.
Ao mesmo tempo acirrou a perseguição a líderes sindicais que conseguiram esconder-se depois da decretação do estado de sítio.
Jesús Yavarí, líder máximo da Central Operária Departamental (COD, ligada a COB), foi preso na casa de um parente depois de ter autoproclamado sua clandestinidade um dia antes. Yavarí foi enviado a local ainda ignorado.
O governo começou a divulgar ontem um número maior de listas com os nomes das pessoas que devem continuar detidas.
Os presos estão sendo transportados em aviões para pelo menos cinco regiões no interior do país.
A maior parte dos detidos estaria sendo levada para a cidade de Apolo, a 455 km ao norte de La Paz, onde o acesso é possível somente por via aérea.
Outros grupos foram levados para as regiões de Beni e Pando, ao norte e noroeste de La Paz e próximos à fronteira com o Brasil.
Os novos presos de ontem foram transportados aos aeroportos em veículos militares.
Na terça e na quarta, o governo chegou a usar carros do correio para o transporte de detidos.
O último estado de sítio na Bolívia foi decretado em 1991 pelo ex-presidente Jaime Paz Zamora -que critica o atual governo pela medida- durante greve de fome declarada por professores.
O atual estado de sítio é o quarto já adotado no país. Em pelo menos três ocasiões, grevistas e manifestantes foram presos e enviados a regiões inóspitas do país.
O expediente foi criado pelo diversos governos militares que governaram a Bolívia até 1982.
Todas as sedes das centrais sindicais, fábricas, escolas e locais onde ocorreram reuniões ou manifestações em todo o país nos últimos dias permaneceram ontem guardados pelo Exército. (FCz)

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