São Paulo, sábado, 22 de abril de 1995 |
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Presidente faz papel 'de subalterno', diz Lula
FÁBIO GUIBU
Lula considerou "patético" o pedido de FHC para que os empresários norte-americanos invistam no Brasil. "Os empresários poderiam até ter aplaudido de pé, pois entregaram parte do nosso patrimônio como chamariz", disse. Segundo Lula, se FHC anunciasse a intenção do governo de manter sob sua administração estatais "estratégicas", como a Petrobrás, talvez não fosse nem aplaudido sentado. "Esse não é o papel de um presidente da República que tem que defender a soberania da nossa nação", criticou Lula. Fernando Henrique Cardoso, afirmou ele, "fez papel de alguém que, por falta de um projeto nacional, diz: 'Olha, tomem tudo o que vocês quiserem, mas por favor invistam no Brasil"'. Para Lula, se o presidente dos EUA, Bill Clinton, visitasse o Brasil, "viria com posição de arrogância, dizendo que tínhamos que aprovar a Lei de Patentes porque interessa aos americanos". O governo brasileiro, na avaliação do presidente do PT, poderia aproveitar a viagem para "se notabilizar na defesa de nosso Estado, na defesa de nossa soberania". "Se eu fosse conversar com o presidente americano ou de outro país rico, levaria a necessidade de discutir uma nova ordem econômica, porque do jeito que está não pode continuar", afirmou. Lula declarou ainda que o governo, em vez "de ficar prometendo aos empresários", deveria apresentar "um modelo de desenvolvimento a partir da realidade brasileira". O Brasil, disse, "precisa deixar de fazer o papel de gandula -o menino que fica fora do campo pegando a bola para os jogadores". O presidente do PT foi a Pernambuco participar da abertura um encontro de lideranças do PT no Nordeste, em Aldeia. Acompanham Lula as ex-prefeitas petistas de São Paulo, Luíza Erundina, e de Santos, Telma de Souza. Texto Anterior: OEA tem busto de 'falso' Tiradentes Próximo Texto: FHC ironiza as críticas Índice |
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