São Paulo, sábado, 22 de abril de 1995
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Ministros faltam à missa para Tancredo

AMAURY RIBEIRO JR.

AMAURY RIBEIRO JR.; PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOÃO DEL REI

A missa em celebração pelos 10 anos da morte do ex-presidente Tancredo Neves, ontem em São João Del Rei (MG), acabou sendo esvaziada pela ausência dos ministros de Estado e de alguns governadores que desmarcaram o compromisso na última hora. Compareceram cerca de 150 pessoas.
A cerimônia, celebrada às 9h30 na igreja São Francisco de Assis, contou com a presença dos governadores de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), e do Rio Grande do Sul, Antônio Brito (PMDB).
O paulista Mário Covas (PSDB) desmarcou sua ida. O governador do Rio, Marcelo Alencar (PSDB), atrasou-se devido a problemas climáticos que dificultaram sua decolagem e chegou apenas para o almoço oferecido pela viúva de Tancredo, Risoleta Neves, no Solar dos Neves.
Depois da missa celebrada pelo bispo da Diocese de São João Del Rei, Antônio Carlos Mesquita, a comitiva de convidados seguiu até o cemitério onde o corpo de Tancredo foi enterrado.
Em São Luís, o senador José Sarney (PMDB-AP) também comentou a morte do presidente Tancredo Neves. "Hoje o Brasil inteiro sabe que o presidente do Maranhão foi fraco para que mais forte fosse o povo brasileiro", disse o senador anteontem à noite em discurso em São Luís.
Manifestação
Manifestantes de aproximadamente 25 entidades sindicais e estudantis protestaram ontem em Ouro Preto (MG) contra as reformas definidas pelo governo, durante solenidade da Semana da Inconfidência.
Compareceram á cerimônia oito ministros do governo Fernando Henrique Cardoso, entre eles José Serra (Planejamento), Sérgio Motta (Comunicações) e José Eduardo de Andrade Vieira (Agricultura).
Participaram da manifestação cerca de 3.000 pessoas, segundo os organizadores -1.200 de acordo com a Polícia Militar.
Os manifestantes carregavam faixas com críticas a FHC e a seu governo. Eles vaiaram durante três horas a solenidade a uma distância de 150 metros do palanque oficial, do qual estavam separados por cordas e policiais militares.
Eles levaram a Ouro Preto a "medalha Joaquim Silvério dos Reis" (delator de Tiradentes) para ser entregue ao ministro José Serra e a FHC.
O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva que compareceu à manifestação, disse que os sindicatos continuarão se manifestando contra as regormas do governo. Disse que isto não significa que a CUT seja contra reformas.
"Queremos as reformas, mas não reformas que prejudiquem os trabalhadores", disse Vicentinho.

Colaboraram PAULO PEIXOTO, da Agência Folha em Ouro Preto, e a Agência Folha em São Luís

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