São Paulo, sábado, 22 de abril de 1995
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SOBREVIVENTES

"Estava voltando para casa com meus pais. Minha mãe tinha passado a noite no hospital com crise renal. Quando parei no sinal, veio o estouro. Achei que alguém tinha batido no carro. Olhei para o lado e meu pai estava sangrando. Todos os vidros quebraram. Subiu uma nuvem de poeira e não vi mais nada. Escapei sem um arranhão porque meu pai serviu de escudo. Me senti num filme americano."
(Newton Nascimento, 37, motorista do Escort atingido na explosão)

"Morava na pensão havia três meses, desde que voltei da Bahia. Na hora da explosão, estava no banheiro. Ia começar a tomar banho. Fiquei em estado de choque. Não conseguia acreditar no que via. Sentia muitas dores nas pernas, mas conseguia andar. Queria sumir dali porque achava que poderia acontecer outra explosão. Fui andando a pé até a casa de meu irmão, que mora a uns 500 metros da pensão. Não sei como fiz isso. Agora quero esquecer de tudo."
(Antônio Cirilo de Andrade, 21, copeiro de restaurante)

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