São Paulo, sábado, 22 de abril de 1995
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SP pode ser a capital de feiras no Mercosul

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

A São Paulo de amanhã pode ser, no Mercosul (Mercado Comum do Sul, que reúne Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), o que Frankfurt é hoje, na Comunidade Européia: uma cidade líder na realização de feiras especializadas internacionais.
A avaliação é de Eike Markau, 60, presidente da Messe Frankfurt, a empresa organizadora das feiras de Frankfurt (faturamento anual de US$ 350 milhões). Em Frankfurt, cidade do centro-oeste da Alemanha, acontecem feiras há 755 anos.
"São Paulo é a cidade da América Latina que vai mais longe no preenchimento das condições para ser um grande centro de feiras internacionais", disse Markau em entrevista à Folha.
Para ele, essas condições são os serviços frequentes de vôos internacionais, a boa infra-estrutura de hotéis e de restaurantes e a ampla oferta de eventos culturais.
Ele não tem dúvida da vocação de São Paulo para capital das feiras do Mercosul, mas, advertiu, "o caminho para isso é longo".
Com o objetivo de abrir os olhos de São Paulo para o mundo das feiras profissionais, Markau convidou o prefeito Paulo Maluf para conhecer a "Feira de Outono", em outubro, em Frankfurt, especializada em bens de consumo de alta qualidade.
A área total de exposições da feira de Frankfurt, de 273 mil metros quadrados, é igual a "6,5 Anhembis" (quase sete vezes maior do que a área de cerca de 40 mil metros quadrados do Pavilhão de Exposições do Anhembi, na zona Oeste, onde se realizam as principais feiras em São Paulo).
Além das feiras em Frankfurt, que atraíram 42,5 mil expositores e 1,5 milhão de visitantes em 94, a Messe Frankfurt realiza feiras internacionais em parceria com sócios locais nos EUA, Hong Kong, Japão, Cingapura e países da Europa Oriental.
Em visita ao Brasil na semana passada, Markau, além de tentar atrair mais expositores e visitantes brasileiros para suas feiras, também iniciou os contatos para trazer para o país uma versão de uma das feiras de Frankfurt.
Ele acredita que São Paulo, por ser o centro de convergência econômica do Mercosul, deveria tirar proveito dos benefícios de ser a sede de feiras especializadas (abertas somente a produtores e varejistas e não ao público em geral).
Para fortalecer seu ponto de vista, Markau cita os resultados obtidos pela Messe Frankfurt, na Alemanha, o país líder mundial no setor de feiras comerciais. "O efeito multiplicador nos negócios na cidade é, em média, de seis a oito vezes maior do que o faturamento das feiras", disse.
No ano passado, segundo uma pesquisa de mercado da Messe Frankfurt, as feiras, com um faturamento anual total de US$ 350 milhões, geraram negócios de US$ 2,5 bilhões nas atividades comerciais de Frankfurt.
Markau revelou que está à procura de um "parceiro adequado", trabalhando "meio a meio", para montar regularmente no Brasil, "com certeza em São Paulo", uma das 23 feiras internacionais de Frankfurt.
À frente da Messe Frankfurt há sete anos, Markau considera as feiras especializadas um "indispensável" instrumento de marketing na era da globalização econômica.
Para ele, as feiras são os meios mais eficientes do ponto de vista dos resultados para um produtor conquistar novos mercados.

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