São Paulo, sábado, 22 de abril de 1995
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Hoje tem o Preud'homme do Canindé

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, Santos e Portuguesa fazem hoje o clássico das duas boas surpresas do Campeonato Paulista até agora -sendo a Lusa a grande campeã do primeiro turno.
Taí joguinho para ir se ver com gosto no Canindé, comendo o amendoim que anda muito caro nos nossos estádios.
O Santos, sem uma parte da sua coleção de não-sei-quantos Marcelos, terá o bel-canto, agora canarinho, do Don Giovanni. Está com uma série de três empates atravessada na garganta.
Terá o Macedo, o Jamelli e o próprio Giovanni, salivando como um ratinho de Pavlov para conseguir os golzinhos.
A Lusa, por seu lado, como venho dizendo, é o time de maior virtudes táticas do campeonato, superando o que lhe falta em talento natural.
É um time que consegue a aproximação ideal entre a marcação da linha de defesa e marcação no meio-campo. É uma pena que não contará com o jogador-chave: Caio e seus sete fôlegos.
Mas voltam o Bat-gol Flávio e o goleiro Paulo César, o Preud'homme do Canindé. Acalentada pelos fados dos Leões da Fabulosa, no Canindé, a Lusa não tem perdido nem um jogo sequer, pois, pois.

O Corinthians, disputando palmo a palmo a cabeceira da boiada do Paulistão, tem jogo de inferno dantesco frente ao diabólico América, do conhecedor Julio Cesar Leal, lá em Rio Preto.
(São José do Rio Preto que "sabendo levar", como diz um amigo, "é melhor do que Paris". E eu posso? Aliás, Rio Preto é terra de um monstro brasileiro: o grande saxofonista Paulo Moura.)
O time do Amorim deve voltar à sua potência de agressão máxima com o quarteto Marcelinho, Viola, Fabinho e Marques -todos com vocação para marcar, apesar do longo jejum do Viola.
Se estes quatro cavaleiros do após-calipso se afinarem, serão o Athos, Porthos, Aramis e o D'Artagnan rumo à meta do Diabo rio-pretense.
A parada é duríssima para o Corinthians porque o América luta para entrar no grupo do G-7, os sete grandes que irão para a fase final do Paulistão.
Pena que, nesta longa estrada da vida, como diz a canção sertaneja, não esteja contando com a criatividade do Cacaio, que padece no estaleiro.

Palmeiras e São Paulo fazem amanhã o clássico dos 31 pontos. As campanhas são idênticas: nove vitórias, quatro derrotas, quatro empates. Tá com cheiro de quinto empate para ambas equipes.

O futuro do futebol do Japão, que tem sido o futuro do jogador de futebol do Brasil, joga contra a teen-bolada brasileira, no ano do centenário das relações diplomáticas entre os dois países.
Se o iene continuar fortalecido do jeito que está, o Império do Gol Nascente será cada vez mais o destino da nossa exportação de pé-de-obra especializada.

Fique de olho no Ronald (irmão gêmeo do Frank) de Boer, o número 6 do Ajax, na final da Copa dos Campeões.
Ele é a maquininha do time. Adiós.

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