São Paulo, sábado, 22 de abril de 1995 |
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Curador diz que tem interesse no Brasil
MARILENE FELINTO Museu organiza exposição dedicada aos modernistas mexicanos, como Diego Rivera e Frida Kahlo, em 1996A seguir, o curador-chefe do Museu de Arte Moderna de San Francisco fala sobre as próximas exposições do museu e de seu interesse em arte brasileira. Folha - Qual o interesse do MoMA nas América Latina e especificamente no Brasil? Garry Garrels - Bem, quando eu estive em Roterdã, ajudei a trazer para os Estados Unidos a exposição de Hélio Oiticica. Também lá fizemos uma exposição de Jac Leirner. Tenho muito interesse na arte brasileira do pós anos 60 também. Espero no próximo ano ir ao Brasil e passar mais tempo. Não há nada marcado no momento, mas esta é sem dúvida uma área que estamos explorando. Folha - O museu recebeu críticas em relação a aquisições recentes, como as de Jeff Koons e Willem de Kooning, que estariam ultrapassadas. Garrels - Bem, este museu foi o primeiro dos EUA a adquirir Jackson Pollock para uma exposição individual, em 1945. Sem dúvida, naquela altura da história, a obra de Pollock era uma aquisição muito controversa. Uma das grandes obras de nossa coleção é a "Femme au Chapeau", de Matisse, de 1905. Quando essa obra foi mostrada pela primeira vez em Paris, movimentou o fauvismo (corrente artística do começo do século que se baseava na ultilização de cores fortes) que, foi um quadro altamente controverso. Esta é a nossa tradição. Se não criarmos controvérsia, não estaremos fazendo a coisa certa. É claro que se um museu não corre riscos, torna-se um mausoléu. Se só comprarmos coisas que já estão completamente reconhecidas, aceitas, ficaremos tão para trás que não teremos papel nenhum a desempenhar no presente. Folha - A coleção de fotografia do MoMA é uma das maiores dos Estados Unidos. Quais os planos do museu para a fotografia e a arte em mídia? Garrels - Nossa coleção é também uma das mais antigas do país. Temos cerca de dez mil obras. Historicamente é uma das áreas-âncoras do museu, em parte porque a fotografia sempre foi uma das mais fortes formas de arte nessa região, já nos anos 30, com Ansel Adams e Edward Western. Certamente isso vai continuar. A tecnologia em mídia é também muito desenvolvida nesta região, por causa da intensa atividade em design, software em computação, filme e vídeo. Nossos curadores estão muito interessados não só na arte em mídia como também na arquitetura e no design -especialmente de software e hardware. Interessa-nos perceber como estamos olhando para a informação tecnológica, em termos de design e interação social como uma forma de arte autônoma. Folha - A programação do museu seguirá o esquema atual? Garrels - A programação de exibições, além das ocasionais mostras históricas, tentará manter equilíbrio entre os quatro departamentos culturais do museu: arquitetura e design, fotografia, artes de mídia, e pintura e escultura. Para o próximo ano, estamos planejando apresentar a melhor coleção privada dos modernistas mexicanos -Diego Rivera, Frida Kahlo, Rufino Tamayo etc.-, principalmente dos anos 30 e 40. Na parte de mídia, o curador Robert Riley está organizando a primeira mostra de Steina e Woody Vasulka, que são dois nomes-chave em artes de mídia e vídeo. Texto Anterior: Domingo chega amanhã ao Rio para cantar no Metropolitan Próximo Texto: Projeto privilegia iluminação natural Índice |
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