São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Menem enfrenta primeira greve geral

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

O presidente da Argentina, Carlos Menem, enfrentou ontem uma greve geral de sindicatos opositores que conseguiu uma paralisação parcial em quase todo o país.
O presidente do CTA (Congresso dos Trabalhadores Argentinos), Víctor De Gennaro, disse ontem que a greve teve adesão de 90% dos trabalhadores.
Já o presidente Menem, candidato a um segundo mandato nas eleições de maio, classificou o movimento como um "fracasso".
Na prática, a paralisação foi maior no interior do país. Nas Províncias de Jujuy, Salta, Chaco, Entre Ríos, La Rioja, Santiago del Estero, Catamarca, e Santa Fé até o comércio fechou as portas.
Na capital do país (Buenos Aires), quase não se notava o efeito da greve. Inspetores do metrô conduziam trens com normalidade, suprindo a ausência de grevistas.
Já no interior, a greve no setor de transportes teve êxito. Além disto, os tribunais de Justiça de todo o país não funcionaram por causa da adesão dos funcionários.
O movimento foi organizado pela CTA e MTA (Movimento de Trabalhadores Argentinos), com o apoio de um dos principais sindicatos do país, a União Operária Nacional, que reúne mais de 200 mil metalúrgicos.
Tanto a CTA quanto o MTA apóiam a candidatura do senador José Octavio Bordón a presidente pela Frepaso (Frente País Solidário) na eleição de 14 de maio.
A CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), braço sindical do menemismo, não aderiu ao movimento. No governo de Raúl Alfonsín (1983-89), a CGT comandou 14 greves gerais no país.
O objetivo da greve foi protestar contra a política econômica do governo Menem e a morte de um trabalhador, há uma semana, em choque com a polícia, no Território da Terra do Fogo.
Esta semana começaram os debates na TV entre os candidatos de oposição e o ministro da Economia, Domingo Cavallo. Menem não participará de nenhum debate.
Na noite de quinta, a assessoria de Cavallo debateu com Bordón. "Os grandes problemas econômicos são a crise produtiva e o desemprego", afirmou Bordón.
Ele disse que, se vencer, quem vai "governar é o presidente e não o contador", referindo-se à influência de Cavallo no governo.
"Os sucessos de economia seriam perdidos se Bordón ganhasse porque ele quer o ministro da Economia", acusou Cavallo.

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