São Paulo, sábado, 22 de abril de 1995 |
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EUA prendem um por atentado
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS EUA prendem um por atentadoO governo dos EUA anunciou ontem a prisão de um suspeito de ter cometido o atentado terrorista que deixou pelo menos 65 mortos na quarta-feira em Oklahoma City (Estado de Oklahoma, região centro-sul ocidental do país). Outro suspeito se entregou às autoridades. Segundo o Departamento da Justiça, ele e um terceiro estavam sendo interrogados ontem para que se determine se tiveram participação no atentado. Emissoras de TV afirmaram que todos eles pertencem a uma organização paramilitar racista de extrema direita. As autoridades se recusaram a comentar especulações sobre os motivos do ato terrorista. A secretária da Justiça, Janet Reno, identificou o suspeito preso como Timothy McVeigh, 27. Segundo Fred Le Valley, chefe de polícia de Perry (95 km ao norte de Oaklahoma City), McVeigh foi detido pela patrulha rodoviária local na quarta-feira, 90 minutos depois da explosão, por dirigir um carro sem placas. Um policial verificou que ele estava armado e o prendeu, chamando o FBI (polícia federal norte-americana). Ontem à tarde o porta-voz do Departamento da Justiça, Carl Stern, informou que um segundo suspeito, Terry Lynn Nichols, havia se entregado às autoridades em Herington, Kansas (Estado logo ao norte de Oklahoma). A aparência de McVeigh e Nichols coincide com os retratos falados de dois homens brancos distribuídos anteontem pelo FBI, que seriam quem alugou o furgão usado no atentado. No início da noite, McVeigh foi levado num helicóptero militar a Oklahoma City. Quando ele era conduzido algemado à prisão local, cerca de 500 manifestantes lhe dirigiram insultos. Segundo a TV CNN, McVeigh e Nichols pertencem à Milícia de Michigan, organização paramilitar acusada de pregar a supremacia dos brancos sobre outros grupos étnicos. James Douglas Nichols, irmão do segundo suspeito preso, também foi interrogado ontem. Os dois irmãos estariam prestando serviço militar na base de Fort Riley, no Kansas. Eles estariam ausentes da base sem permissão desde o dia 17. Fort Riley fica perto de Junction City, cidade em que o furgão usado no atentado foi alugado, numa agência da empresa Ryder, também na segunda-feira. A Ryder é a mesma empresa de aluguel de veículos da qual foi retirado o furgão usado no atentado a bomba contra o World Trade Center de Nova York, em 1993. Segundo a TV ABC, o furgão foi identificado por agentes do FBI a partir do processamento de computador de fragmentos de uma fita de vídeo gravada pela câmera de segurança de um prédio vizinho ao edíficio federal destruído. James Nichols foi detido ontem na invasão de sua fazenda em Decker, 110 km ao norte de Detroit, em Michigan (norte do país), por dezenas de agentes federais. O local, segundo emissoras de TV, é uma base da Milícia de Michigan. A "conexão racista" derrubou as especulações de que grupos terroristas árabes seriam responsáveis pelo atentado. Ontem foi libertado um cidadão norte-americano de origem jordaniana que havia sido detido para interrogatório. Ibrahim Abdullah Hassan Ahmad, vive em Oklahoma City e havia deixado a cidade quarta-feira com destino a Amã (Jordânia), com escalas em Chicago (Illinois, norte dos EUA), Londres e Roma. Foi detido pelas autoridades britânicas em Londres e enviado de volta aos EUA para interrogatório. "Ele está livre. Ele cooperou e não há razão para detê-lo", disse o porta-voz do FBI, John Russell. A secretária Janet Reno, que anteontem havia oferecido recompensa de US$ 2 milhões por informações que levassem à captura dos culpados, disse que as autoridades têm "muitas pistas". LEIA MAIS sobre o atentado nas págs. 2 e 3 Texto Anterior: Tropas de Ruanda matam 16 refugiados; Júri de O. J. Simpson faz rebelião contra juiz; Eslováquia apreende contrabando radiativo; Tremor nas Filipinas mata pelo menos um; McNamara falou tarde, diz general vietnamita Próximo Texto: Da Cidade do México Índice |
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