São Paulo, sábado, 22 de abril de 1995
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FHC e torturados; CD-ROM da Folha; Dimenstein e manifestação; Josias e d. Paulo; Lei de Parkinson; Defesa dos agricultores; Presidente de plantão; Acordo ortográfico; Uso de preservativos

FHC e torturados
"Com relação à matéria intitulada 'Desaparecidos políticos', publicada em 12/4, achei no mínimo melancólica a posição de FHC a respeito dos torturados. Diante desse quadro, pode-se perguntar: será que FHC foi mesmo exilado ou esteve fazendo turismo? Parabéns ao sr. Pierre Sané (secretário-geral da Anistia Internacional). Será que aqueles que acham uma maravilha abrir as portas às 'nações amigas' considerarão a atitude do secretário-geral como intervenção inaceitável de estrangeiros em assuntos nacionais?"
Fernando Chiarelli, vereador (Ribeirão Preto, SP)

CD-ROM da Folha
"Como assinante há vários anos deste jornal, venho pela primeira vez enviar-lhes uma correspondência com o objetivo de parabenizar-lhes pelo lançamento do excelente CD com o texto integral publicado pela Folha no decorrer de 1994. Comprei o mesmo na sexta-feira da semana passada e posso lhes adiantar que pela primeira vez neste final de semana utilizei o meu CD-ROM com algo proveitoso tanto para mim como para a minha família, uma vez que ele será extremamente útil em trabalhos escolares a serem produzidos pelas minhas filhas."
Edison Coutinho Cordeiro (São Paulo, SP)

Dimenstein e manifestação
"Quem tem lido a Folha e Gilberto Dimenstein nos últimos tempos não acredita ser o mesmo que, durante muitos meses, cobrou solução para a questão das meninas prostitutas e outros sintomas de falência deste capitalismo selvagem. Ou era hipócrita antes, ou é agora, quando escreve pedindo cadeia para os que, democraticamente, exercem o livre direito de manifestação previsto na Constituição, que pode ser, inclusive, através de protesto. No artigo do dia 12/4, principalmente o 'PS', Dimenstein demonstrou a sua incoerência, o que não lhe tira a condição de 'independência'."
Walter Miranda (Itápolis, SP)

"Gilberto Dimenstein está corretíssimo. Que grupos desaprovem esta ou aquela medida de governo, por se acharem prejudicados em seus interesses, e vaiem o governante, é absolutamente normal numa democracia. Agora, nada justifica o crime de dano, o crime de injúria e a violência perpetrada por uma minoria de manifestantes barulhentos contra o presidente da República.
Joel Samways Neto (Curitiba, PR)

Josias e d. Paulo
"Josias de Souza é um dos bons colunistas que este jornal agrupa. Mas desagradou-me profundamente sua postura sobre a entrevista de d. Paulo Evaristo Arns. Se d. Paulo houvesse falado apenas em termos espirituais, certamente haveria quem o criticasse por ser alienado. Portanto, quero parabenizar ao irmão Arnaldo Beltrami pelo artigo 'O jornalista ovacionou o cardeal' (21/4). Não sou católico, mas sou cristão, e como tal dou graças a Deus pelo testemunho que d. Paulo, como muitas outras pessoas, tem dado neste país, de que ter o amor cristão expressa-se em atitudes concretas pelas pessoas. O autor da primeira carta de João já dizia que não adianta dizer a alguém 'eu te amo' e despedi-la de barriga vazia. O próprio Deus se intromete concretamente nas questões humanas. Não é este o significado da saída do Egito, e da Ressurreição?"
James William Goodwin Jr. (Belo Horizonte, MG)

"Presta atenção no serviço, Josias! É óbvio que d. Paulo não fala de Jesus aos jornalistas, nem de chocolate, creio eu. O nosso cardeal responde às perguntas que lhe fazem e 99,99% das perguntas dos jornalistas sempre giram em torno da situação política do país, do comportamento do Planalto e por aí afora. Você prefere que d. Paulo se esquive e diga, como certo personagem que já era: 'Nada a declarar'?"
Paulo Gonçalves de Oliveira (São Paulo, SP)

Lei de Parkinson
"Discordo do artigo de Otavio Frias Filho 'A Lei de Parkinson' (30/3), que diz: '...um vazio e a empresa passa a ser a medida das coisas humanas'. Não existe vazio. O que existe é uma ocupação indevida de posições que dá a impressão que há um vazio. O Estado está em péssimo estado, não cumprindo sua obrigação e FHC, que se dizia o único a resolver os problemas brasileiros, deixa lacunas, carregadas de recuos, incertezas, indecisões... uma trapalhada. É por isto que '...as ideologias desapareceram...'! E nisso concordo plenamente."
Sérgio José Serrano (São João da Boa Vista, SP)

Defesa dos agricultores
"A subtração da 'TR' nas dívidas agrícolas é um prato cheio para colocar a opinião pública urbana, de gravata principalmente, em confronto com o homem do campo, diminuindo-lhe cada vez mais as chances de um dia poder ser reconhecido como quem realmente sustenta este país. O setor agrícola é o que mais tem sido agredido pelas políticas monetárias e planos econômicos milagrosos do governo. Alardearam que se trata de um calote dos agricultores, uma vez que eliminando a TR se estaria beneficiando quem não pagou suas contas e prejudicando sobremaneira os que já pagaram. Esquecem, porém, que qualquer contrato em vigência de agricultura, aluguel e sistema financeiro da casa própria está permanentemente sujeito a surpresas, a alterações das regras em benefício dos ditos planos, e a agricultura é a que paga a maior parcela dos ônus."
Selson Alves Netto (Uberlândia, MG)

Presidente de plantão
"Deparo no dia 18/4 com a primeira página da Folha estampando em fotos e legendas a transmissão do cargo que FHC faz para Marco Maciel. Por mais que procurasse, na vigente Constituição não encontrei dispositivo que autorizasse tal procedimento. Ficamos, o povo e eu, sem saber quem na verdade é o presidente da República. Se o presidente é o que ficou no Brasil, o outro não estará viajando como chefe de Estado, e portanto não tem legitimidade para assinar pelo Brasil protocolos ou quaisquer outros documentos. É, portanto, mero turista. Houve um presidente de plantão que fez uma farra indo às nossas custas a sua base eleitoral. Lembram-se? Atualmente há milhares de cargos de confiança para serem preenchidos. Quantos o presidente de plantão vai preencher?"
Sergio Montenegro Ottoni (São Paulo, SP)

Acordo ortográfico
"O acordo ortográfico é mais um passo para unificar os sete países de fala portuguesa. É a dinâmica para unir os escritores em busca de espaço na integração cultural. Um ato para ratificar a identidade da raiz do idioma como patrimônio fundamental."
Henrique L. Alves, vice-presidente da União Brasileira de Escritores (São Paulo, SP)

Uso de preservativos
"Sendo politicamente correta, eu deveria chamar a sra. Barbara Gancia de 'pessoa carente de informação factual' pelo seu artigo do dia 31/3. Ter relações sexuais desprotegidas com um parceiro cujo 'status' sorológico você não conhece é praticar roleta russa, sem os benefícios da morte rápida. E como não é razoável se exigir um atestado de cada parceiro, além da inocuidade dessa medida frente à existência da janela imunológica (período em que o exame de sangue ainda não detecta a presença do vírus HIV embora o indivíduo já esteja infectado), o preservativo surge como única alternativa para não se correr riscos. Queiramos ou não, nós, 'tapuias bastardos e sacanas', teremos que incorporar o uso de preservativos nos nossos relacionamentos sexuais."
Ana Maria Aratangy Pluciennik (São Paulo, SP)

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