São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995
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Albrás recebe subsídios

ABNOR GONDIM
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BARCARENA

A Eletronorte (Centrais Elétricas do Norte) calcula em cerca de US$ 460 milhões o custo dos subsídios concedidos pelo governo brasileiro à tarifa da energia usada pela Albrás, no Pará, desde sua inauguração, em 1985.
A Albrás (Alumínio Brasileiro S.A.) é a maior indústria de alumínio da América Latina. Seu balanço de 1994 apresentou um lucro de R$ 75 milhões -o segundo resultado positivo em nove anos de operação. Durante este tempo, ela acumulou prejuízo de US$ 687 milhões, quase a metade da arrecadação de um ano no Pará.
A empresa acaba de obter o ISO 9.000, certificado de qualidade baseado em normas da ISO (International Organization for Standartization), sediada na Suíça.
"Estamos melhorando", afirma o vice-presidente da Albrás, Setsuo Nagayoshi. A Aluvale, subsidiária da Vale, detém 51% da empresa. Os outros 49% pertencem à Naac (Nippon Amazon Aluminium Company) -um consórcio de 32 empresas japonesas que fecharam suas fábricas no país de origem por causa do alto custo da energia.
Segundo Nagayoshi, o resultado de 1994 melhorou graças à troca da moeda de referência para a dívida da empresa de iene (moeda japonesa) para o dólar norte-americano. Nos últimos anos, o iene teve uma forte alta em relação ao dólar.
A melhoria do balanço é atribuída também ao aumento do preço do alumínio no mercado internacional, de US$ 1.100 para US$ 1.900 por tonelada. Quando a Albrás começou a operar, a cotação era US$ 2.200.
O presidente da Eletronorte, Ricardo Pinheiro, disse que está negociando junto ao Ministério das Minas e Energia a revogação do contrato de tarifa da Albrás. O contrato vai até 2004. Esta foi uma das vantagens oferecidas para atrair os investidores japoneses.
"Até 93, o governo federal pagou US$ 280 milhões de subsídios da Albrás. Daí em diante, o governo não pagou mais e a tarifa já deu um prejuízo à Eletronorte de US$ 180 milhões", diz Pinheiro.

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