São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995
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Amor causa guerra que terminou em seis mortos

DA REPORTAGEM LOCAL

Alexandre Pires Marinho desapareceu na noite de sexta-feira, 13 de janeiro de 95, dia de aniversário de seus 21 anos. Pretendia comemorá-los numa pizzaria na zona sul de São Paulo. Foi encontrado morto com dois rapazes, de 14 e 16 anos, na manhã de sábado.
As famílias dos mortos e todos os envolvidos ignoram que os três se conhecessem. A exceção é Lucineide Marinho, para quem os rapazes eram amigos do irmão. Os meninos eram estudantes. Marinho tinha uma passagem na Febem, por homicídio, aos 16 anos.
Marinho foi uma das vítimas da guerra que ele mesmo teria provocado. Depoimentos na polícia o acusam de matar Leandro Gonçalves, em 22 de dezembro de 94, para ficar com sua namorada.
Leandro era irmão de Gerre Adriano de Farias, da turma conhecida pelos moradores e polícia como "a do Dorico", inimiga da turma "do Mauro", da qual faria parte Marinho. Gerre disse na polícia ter instigado Dorico a matar Marinho. Sua irmã Lucineide diz que a rixa entre os dois era antiga.
Os dois grupos disputavam o "controle do território" do Jardim Tupi: quem entra e sai, quem pode assaltar ali etc.
No dia 25 de dezembro, a turma de "Dorico" teria matado "Boneco" (Maurício Pedro), amigo de Mauro, em represália.
No dia 14 morre Marinho e outros dois rapazes. Três dias depois morria Cícera Maria da Silva, 15, ex-namorada de Dorico, de quem tinha um filho de dois meses.
Sua mãe, a auxiliar de limpeza Maria Gilda Vieira, que viu a filha ser assassinada por um homem encapuzado, disse que Cícera estava assustada depois da chacina.
Gerre Adriano foi preso como instigador do crime, mas sua prisão foi revogada. "Mauro" e "Dorico" estão foragidos.

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