São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995
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Quero dar detalhes de cada prova da categoria

EMERSON FITTIPALDI

Bem, para começar preciso admitir que estou realizando um sonho antigo hoje. Escrever esta coluna na Folha, me deixará mais próximo dos torcedores, algo que não acontecia desde os meus tempos de F-1.
Na verdade, essa é mais uma surpresa, nesta temporada, entre outras que me deixaram muito feliz.
A primeira foi saber que seríamos sete brasileiros na Indy -e o mais importante, sete pilotos que estão mostrando que podem correr na frente.
A segunda surpresa foi ver o SBT transmitindo as corridas ao vivo, atingindo um público cada vez maior para a nossa categoria.
E agora, tenho esta oportunidade de contar detalhes interessantes de cada prova, histórias e, por que não, algumas mentiras.
Outro fato interessante é que a temporada deste ano da Indy promete ser uma das mais disputadas dos últimos anos. Nas quatro etapas já realizadas, ficou provado que tem muita gente rápida na pista.
Basta ver a classificação do campeonato. Os pontos estão bastante distribuídos, sem que seja possível apontar qualquer favorito.
Quanto a Nazareth, onde estaremos disputando hoje a quinta prova do campeonato, é um circuito em que eu sempre me adaptei muito bem.
Já tive três vitórias aqui, duas na Indy e uma numa competição chamada Marlboro Challenge. No ano passado, fiz a pole. A pista é um desafio.
É um oval com três curvas e uma milha de extensão. É tão rápido que eu gasto só 3 segundos para cobrir a reta maior. Não dá para descansar -é, a gente relaxa um pouco quando estamos na reta.
As curvas começam em subida e terminam em descida. Isso causa uma transferência de peso no carro quando se entra na curva e outra, inversa, quando se sai dela. É necessário muita habilidade e concentração para manter o carro na pista.
Para piorar, depois de seis ou sete voltas de corrida, você já encontra retardatários. Chega a ser uma situação ridícula.
O principal ponto de ultrapassagem é a curva 2. E só dá para ultrapassar por fora, algo que eu nunca apreciei como piloto, mas que tive que aprender a fazer na Indy.
Hoje, espero confirmar que minha equipe, a Penske, vem ascendendo no campeonato. Nas duas primeiras provas da temporada fomos muito mal, em relação ao desempenho que tivemos no ano passado.
Mas em Phoenix, eu já consegui a terceira colocação e em Long Beach o Al Unser Jr. venceu. Estamos progredindo.

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