São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Mauá" vence esotéricos

Biografia do visconde lidera ranking de não-ficção

DA REDAÇÃO

A biografia "Mauá - Empresário do Império", do jornalista Jorge Caldeira, é a grande novidade da pesquisa dos livros mais vendidos de abril.
O livro acaba de ser lançado, mas, como a pesquisa do Datafolha é única do país feita diretamente com o comprador, não dependendo de relatórios de livreiros, já aparece no ranking deste mês.
"Mauá" desbancou os esotéricos Monica Buonfiglio ("Anjos Cabalísticos) e Paulo Coelho ("Maktub), que vinham se alternando no topo das últimas listas de não-ficção.
Nos segundo e terceiro lugares aparecem duas outras novidades: respectivamente, "Dez Anos no Mar", da família Schurmann, e "Etiqueta Sem Frescura", de Claudia Matarazzo.
Entre os livros de ficção, em contrapartida, os livros sobre temas espirituais retomam a dianteira. "Pelas Portas do Coração", romance mediúnico de Zibia Gasparetto, assume o topo do ranking. Em seguida, vem "Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei", de Paulo Coelho.
O livro de Coelho e "Anjos Cabalísticos" são os dois títulos que estão há mais tempo na lista: desde agosto do ano passado.
Outra surpresa da pesquisa, além de "Mauá", é "Amar, Verbo Intransitivo", de Mário de Andrade (décimo lugar em ficção).
Mário de Andrade, um dos pioneiros do modernismo no Brasil, é o único autor considerado clássico a entrar na lista.
Por coincidência, "Amar, Verbo Intransitivo" aparece na pesquisa no mesmo momento em que é traduzido pela primeira vez na França.
Perfil do público
O levantamento do Datafolha também permite traçar um perfil do comprador. A faixa etária que mais compra livros é a que vai de 26 a 40 anos (45%). Seguem-se as faixas entre 41 e 59 anos (26%) e entre 16 e 25 anos (21%). Pessoas com até 16 anos ou com mais de 60 correspondem à mesma fatia do público: 4%.
Os números apurados indicam, porém, que a quantidade de livros adquiridos per capita varia de acordo com a idade. Apenas 4% dos entrevistados com até 16 anos compraram mais de três livros. Este índice sobe para 6% entre os que estão na faixa 16-25 anos e para 11% entre os que têm entre 26 e 40. Entre os entrevistados com mais de 41 anos, o número chega a 13%.

Texto Anterior: Todos os tempos do jornal
Próximo Texto: Saiba como é a pesquisa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.