São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995
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Estados Unidos entram na mira do terror

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando o Congresso dos EUA aprovou em agosto passado o "Violence Crime Control and Law Enforcement Act" (nova legislação de combate à violência), o capítulo sobre terrorismo estava acoplado ao controle de estrangeiros.
Por detrás da convicção de que o terrorismo é uma maldição importada estavam quatro árabes, responsáveis pela bomba que em 1993 matou seis pessoas no World Trade Center (Nova York).
Mohammed Salemeh, Ahmad Ajaj, Nidal Ayyad e Mahmud Abouhalima cumprem pena de prisão perpétua.
O FBI (polícia federal) começou a mudar de opinião quinta-feira, com a confecção dos retratos-falados de suspeitos da explosão na véspera em Oklahoma City.
Um dos suspeitos, preso na sexta-feira, é um cidadão norte-americano -Thimoty McVeigh, de um grupo racista do Estado de Michigan- que em nenhuma circunstância aparentaria ser estrangeiro.
A possibilidade de o território norte-americano se tornar um dos alvos do terrorismo contrasta com a quase ausência de vítimas dele na América Latina.
A América Central tinha como gargalo a guerra civil em El Salvador, onde o cessar-fogo de 1991 e as eleições presidenciais no ano passado transformaram o terrorismo (o da guerrilha e o dos esquadrões da morte) em atos esparsos.
Segundo a America's Watch, entidade de direitos humanos, grupos colombianos sequestraram 221 pessoas e mataram supostos adversários em atentados terroristas.
O Sendero Luminoso, guerrilha peruana, continua ativo mas em decadência desacelerada. Ainda em março foi responsável por 20 mortes. A violência no Peru já provocou 27 mil mortes desde o início dos anos 70.
A Argentina é um caso isolado. A comunidade judaica foi alvo de dois grandes atentados, perpetrados em 92 e 94, supostamente por fundamentalistas islâmicos. No último foram 96 mortes.
(JBN)

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