São Paulo, terça-feira, 25 de abril de 1995
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Luís Eduardo pede 'mutirão de privatização'

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Câmara dos Deputados, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), cobrou ontem do governo mais agressividade para aprovar as reformas constitucionais no Congresso.
Segundo ele, o governo deveria usar sua maioria parlamentar para fazer um "mutirão de privatização", usando o dinheiro da venda de estatais para pagar suas dívidas e garantir estabilidade econômica.
Em palestra na Associação Comercial do Rio, ele disse que o governo precisa fazer "urgentes modificações no rumo que está sendo traçado" para o Plano Real.
"É preciso urgentemente promover um ajuste fiscal e, para baixar a taxa de juros, é preciso que o governo privatize em massa, faça um mutirão de privatização e abata sua dívida", disse o deputado.
Luís Eduardo foi aplaudido por 200 empresários ao dizer que "um Estado gigantesco, ineficiente, às vezes corrupto, não dá mais para ser subsidiado pela sociedade".
"O governo tem bons ativos: que privatize; que venda; que crie bases sólidas de sustentação da estabilização e da retomada do crescimento", afirmou.
Como "conselho" ao presidente Fernando Henrique Cardoso, o deputado afirmou que o governo "não deve ter receio de manifestações isoladas" contra as reformas.
"O Executivo precisa constituir uma base parlamentar. Não aguentamos mais ceder à minoria, sobretudo quando se cede na essência do que se tem de aprovar".
Ele cobrou do governo uma postura de confronto com a minoria oposicionista.
"Só consertaremos os principais problemas do país se estabelecermos rapidamente no Parlamento o que é a maioria e o que é a minoria. Não se busca permanentemente o consenso porque muitas vezes ele não existe".
Antes do discurso, Luís Eduardo conversou durante cerca de 15 minutos, por telefone, com FHC, que ligou para o Rio.

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