São Paulo, terça-feira, 25 de abril de 1995
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Cunhado de mortos nega dívida com tráfico

DA REPORTAGEM LOCAL; DO NP

Para familiares, 'pendência' teria ocasionado assassinato de três irmãos anteontem em Franco da Rocha
José Adélson Genuíno da Silva, 22, cunhado dos três irmãos assassinados anteontem em Franco da Rocha, negou ontem em seu depoimento as afirmações de familiares das vítimas de que seria o pivô do crime porque estaria devendo dinheiro a traficantes.
Essa foi a 16ª chacina do ano registrada na Grande São Paulo.
Davi Silva Moura, 20, que era irmão dos mortos e estava na casa na hora do crime, havia dito em depoimento à polícia que ouviu um dos homens gritar: "Se não paga, a gente vem cobrar".
Segundo o delegado titular de Franco da Rocha, João Duran Filho, 53, Silva disse que usava maconha e cocaína, mas negou ser usuário de crack e disse que não devia nada a nenhum traficante.
Segundo Duran, Silva -que morava no local do crime até dois meses atrás- disse que foi para Criciúma, em Santa Catarina, para se livrar do vício e não para fugir das ameaças de traficantes.
O delegado afirmou que, em seu depoimento, Silva disse que já usara maconha e cocaína com Davi, que, no momento do crime, estava com o irmão Levi, 18, no terceiro pavimento da casa. Levi afirmou ontem que ninguém em sua família usava drogas.
Enterro
O clima era de revolta ontem no cemitério de Franco da Rocha, no enterro dos três adolescentes. O garçom Severino Gomes Moura, 53, pai dos meninos, disse que a família pensa em mudar de casa.
Ele afirmou que não havia motivo para a morte de seus filhos. "Nenhum deles tinha qualquer envolvimento com crimes ou drogas. É uma crueldade muito grande."
Moura disse não ter esperanças que os assassinos sejam presos. "Será preciso que o filho de alguém importante morra para que a polícia prenda esses assassinos?"

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