São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Tenente-coronel acusa Corregedoria da PM

Gilson Lopes diz que testemunhas são pressionadas

DA REPORTAGEM LOCAL

O tenente-coronel Gilson Lopes depôs ontem na 2ª Auditoria do TJM (Tribunal de Justiça Militar).
Ele acusou a Corregedoria da Polícia Militar de constranger e pressionar testemunhas no processo que condenou o cabo Adeval Gomes de Oliveira.
Oliveira, que é motorista de Gilson Lopes, foi condenado a 12 anos de prisão sob a acusação de ter assassinado Edmilson Barros Serigushi.
A sentença foi dada há duas semanas.
O crime ocorreu em 30 de dezembro de 1992, na Vila Remo (zona sul de São Paulo).
A 2ª Auditoria do TJM concedeu ao cabo Oliveira o direito de recorrer da condenação em liberdade.
Segundo o tenente-coronel Lopes, até o começo deste ano os PMs suspeitos de crimes eram mantidos incomunicáveis e sem alimentação por até quatro dias na Corregedoria.
Ele não citou nomes de oficiais da Corregedoria envolvidos nessas irregularidades, nem nomes das testemunhas que supostamente teriam sido pressionadas e constrangidas no processo que condenou Oliveira.
"A PM não tem conhecimento oficial do depoimento, mas espera que a Justiça lhe envie uma cópia para que possa apurar a veracidade das denúncias", afirmou o coronel Roberto Lemes da Silva, 50, diretor de Comunicação Social da PM.
O depoimento de Lopes foi assistido por dois oficiais da Corregedoria da PM.
O tenente-coronel depôs durante duas horas.
Gilson Lopes foi prestar depoimento a pedido da defesa do cabo.
O mesmo juiz que presidiu o julgamento de Oliveira, Ronaldo João Roth, aceitou o pedido da defesa e convocou o tenente-coronel para depor no processo.
O promotor encarregado do caso, Orion Pereira da Costa, tentou impedir o depoimento de Lopes através de um mandado de segurança.
Hoje, o tenente-coronel deverá voltar ao TJM.
Desta vez, o oficial se apresenta ao tribunal como réu em um processo em que é acusado de homicídio.
Lopes alega inocência.

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