São Paulo, terça-feira, 25 de abril de 1995
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Mistura externo é controversa

DA REPORTAGEM LOCAL

Nem todos concordam com o grau de eficiência dos aditivos que podem ser comprados separadamente para ser adicionados à gasolina comum.
Segundo o preparador de motores Vinicius Losacco, há dois tipos de aditivos.
Os primeiros são os lubrificantes -caso dos nacionais-, que ajudam a diminuir o desgaste do motor.
Há também aditivos -importados- que chegam a aumentar em até 5% a potência do motor, melhorando a octanagem (nível de combustão) da gasolina, além de inibir a formação de carvão (resíduos sólidos, resultado da queima do combustível).
Losacco afirma que, para esse tipo de aditivo, o certo é usar uma embalagem a cada dois tanques cheios.
Como os carros nacionais são projetados para rodar com o combustível brasileiro, ele diz que o uso de gasolina aditivada já é suficiente.
Mas recomenda que, nos carros importados, seja utilizado o aditivo que melhora a octanagem juntamente com a gasolina aditivada na proporção de um frasco para cada tanque cheio.
Ele explica que os carros importados "foram concebidos para andar com uma gasolina mais pura que a nossa".
Losacco conta que uma vez presenciou o reabastecimento de uma Ferrari F40 com gasolina brasileira. "O carro nem pegou."
Outro preparador, Camilo Cristófaro Jr., 41, 20 mexendo em motores, defende também a tese dos aditivos que melhoram o desempenho do carro.
Ele afirma que o produto aumenta a aceleração e a retomada de velocidade, elevando em 2%, no máximo, a potência original do motor. "Você sente a diferença no ato", sustenta Cristófaro Jr.
O gerente de teste de motores da VW, Henry Joseph Jr., lembra que a fábrica não recomenda o acréscimo de aditivos externos ao combustível.
Para ele, não há necessidade do aditivo. "O uso da gasolina aditivada já é suficiente."
Em relação aos aditivos que melhoram a octanagem, ele diz que não crê que eles funcionem.
"Não há como aumentar o desempenho dessa maneira, não acredito nisso."

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