São Paulo, quarta-feira, 26 de abril de 1995
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Ministro decide assumir ofensiva

GILBERTO DIMENSTEIN
DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

Ao atacar ontem com palavras duras supostos adversários do Plano Real, o ministro Pedro Malan não cometeu nenhum deslize: foi um gesto pensado, encaixando-se numa estratégia do governo de defender com mais agressividade suas conquistas econômicas.
Malan é cerimonioso e formal, está mais para o estilo discreto e prefere evitar enfrentamentos públicos. Não se sente à vontade em entrevistas à imprensa e muito menos à TV. Evita frases de efeito, acostumado com o mundo da diplomacia e finanças internacionais, onde é tratado com respeito.
Difere, portanto, do estilo trombador de um José Serra e, mais ainda, de Sérgio Motta, acostumados às guerras políticas.
Malan foi escolhido ministro pelo presidente Fernando Henrique, entre outras coisas, justamente por seu estilo discreto.
O Real e o governo sofreram uma série de baques e começaram a ser bombardeados, disseminando desconfiança na sociedade de que seria mais um fracasso. O Planalto constatou falha de comunicação.
Nessa viagem aos EUA, FHC numa conversa informal, reconheceu que deveria se expor mais, conversar mais com formadores de opinião. Ou seja, assumir a ofensiva. Essa estratégia foi assumida também por Malan.

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