São Paulo, quarta-feira, 26 de abril de 1995
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Empresa quer aumento de R$ 1,00 por botijão

Nova portaria exige mudanças no selo do produto

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Ultragaz, José Carlos Guimarães de Almeida, disse ontem, após audiência com o prefeito de São Paulo em exercício Sólon Borges dos Reis, que o preço do botijão de gás precisaria aumentar cerca de R$ 1,00 para atender a portaria que exige a requalificação de todos os botijões de gás vendidos na cidade.
Portaria neste sentido foi assinada anteontem pelo prefeito em exercício e estabelece prazo de 20 dias para a requalificação dos botijões. Os botijões deverão trazer impressos ou em selos a data e o nome do engenheiro responsável pela requalificação.
"É necessário aumentar um pouco o preço do botijão de gás para as empresas engarrafadoras terem condições de fazer a requalificação. No caso da Ultragaz terá de ser investido cerca de R$ 70 milhões para a requalificação", afirmou Almeida.
Ele foi pedir ao prefeito que o prazo de adaptação às normas seja estendido. "Precisamos de pelo menos 10 anos para fazermos a requalificação", disse Almeida.
Sólon Borges não se pronunciou sobre a audiência com o presidente da Ultragaz. Almeida disse que cerca de 35 milhões de botijões (50% do total de botijões existentes no país) precisam ser requalificados.
"Isso não pode ser feito de uma hora para outra", afirmou o presidente do Sindicato das Empresas Representantes de Gás Líquido de Petróleo (GLP) da Capital e dos Municípios da Grande São Paulo, Valdir Sanches, que também se encontrou com Sólon.
A decisão sobre o aumento do preço do botijão de gás não cabe à prefeitura e sim ao governo federal. Carlos Almeida sugeriu ao prefeito em exercício que as fiscalização do comércio e das instalações de gás seja descentralizada e passe a ser exercida pelos governos estaduais e pelas prefeituras.
"O DNC (Departamento Nacional de Combustíveis) não tem condições de exercer sozinho essa fiscalização", disse o presidente da Ultragaz.
Segundo ele, "mais importante do que a requalificação é o governo fiscalizar rigorosamente válvulas e instalações de botijões de gás, principalmente em estabelecimentos comerciais como bares e restaurantes, e o comércio ilegal do produto". Almeida afirmou que cerca de 30% dos botijões de gás são comercializados irregularmente em São Paulo.
Atualmente o preço médio do botijão de gás de 13 kg entregue em casa na capital é R$ 5,54. O mesmo botijão comprado no depósito custa R$ 3,94.
Segundo o presidente da Ultragaz, os preços iriam para R$ 6,54 e R$ 4,94, respectivamente, para o produto entregue em casa e à venda nos depósitos.

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