São Paulo, quarta-feira, 26 de abril de 1995
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Bovespa sobe 5,3% no melhor dia do ano

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

As Bolsas de Valores parecem estar superando de vez o trauma da crise mexicana, que teve início em dezembro do ano passado. Ontem, a Bolsa paulista registrou nova alta -5,3%-, com volume de negócios recorde no ano no mercado à vista -R$ 282 milhões. É o melhor desempenho desde 22 de dezembro, quando foram negociados R$ 422 milhões. A Bolsa do Rio subiu 6,6%.
A alta foi provocada pela decisão anunciada ontem pelos ministros José Serra (Planejamento) e Raimundo Brito (Minas e Energia) de incluir todas as empresas de energia elétrica no Programa Nacional de Desestatização.
A Eletrobrás PNB e a Eletrobrás ON representaram juntas 21,5% do mercado à vista.
Alguns operadores avaliam que o capital estrangeiro já está menos arredio, tendência que se reforça com a intenção do governo de acelerar as privatizações.
Os juros pagos pelos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) voltaram a cair -recuo de 2 pontos percentuais-, ficando com média de 66,5% ao ano, rendimento bruto de 4,34% ao mês.
A queda de ontem dos juros dos CDBs ainda é resultado da decisão de segunda-feira do Banco Central de desestimular os bancos a captarem recursos via depósitos a prazo.
O dólar comercial foi negociado ontem, em média, a R$ 0,919, para compra, e R$ 0,921, para venda, segundo o Banco Central.
A má notícia do dia ficou por conta do saldo negativo de dólares (transações comerciais e financeiras) de US$ 60,8 milhões, registrado na última segunda-feira. O saldo acumulado no mês é negativo em US$ 450,5 milhões.
O mercado de dólar está na expectativa do dia 2 de maio, quando vencem as operações de venda a termo, que o Banco Central realizou em março. Bancos que compraram dólar do BC a R$ 0,93 podem puxar as cotações no mercado à vista para evitar prejuízos.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,1860%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 7,35% ao mês, projetando 4,25% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 7,41% ao mês, projetando 4,29% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 4,3930%. CDBs prefixados de 30 dias negociados ontem: entre 39% e 67% ao ano. CDBs pós-fixados de 122 dias: 15% ao ano mais TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 9,14% ao mês, projetando rentabilidade de 5,17% no mês. Para 30 dias (capital de giro): de 76% a 140% ao ano.
No exterior
Prime rate: 9% ao ano. Libor: 6,25%.
AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 5,3%, fechando com 36.991 pontos e volume financeiro de R$ 419,87 milhões. Rio: alta de 6,6%, encerrando a 17.000 pontos e movimentando R$ 16,9 milhões.
Bolsas no exterior
Londres: o índice Financial Times fechou a 2.438,40 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 16.910,54 pontos.
DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,915 (compra) e R$ 0,916 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,919 (compra) e por R$ 0,921 (venda). "Black": R$ 0,905 (compra) e R$ 0,915 (venda). "Black" cabo: R$ 0,917 (compra) e R$ 0,922 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,880 (compra) e R$ 0,920 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,53%, fechando a R$ 11,44 o grama na BM&F.
Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) neste mês acumulado até o dia 24 é positivo em US$ 475,59 milhões. As saídas financeiras superam as entradas de dólares em US$ 926,17 milhões. O saldo total está negativo em US$ 450,58 milhões.
No exterior
Segundo a "UPI", em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,6140. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,3610 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 83,28 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 390,2.
FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para abril fechou a 4,22% no mês e para maio a 4,42% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para junho ficou a 38.900 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para abril fechou a R$ 0,918 e a R$ 0,942 para maio.

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