São Paulo, quarta-feira, 26 de abril de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crédito paralelo será investigado

DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Alkimar Moura, disse ontem em Washington, onde participa da reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional), que o governo quer fiscalizar os mecanismos paralelos (fora de alcance do BC) de empréstimos. Ele disse temer a "desintermediação" financeira.
Com as restrições ao crédito, determinadas pelo governo, prosperaram mecanismos paralelos de financiamento. Por exemplo: os empréstimos entre empresas ou as operações de factoring.
As empresas de factoring compram duplicatas ou cheques pré-datados, cobrando juros. "Esse mecanismo está desvirtuado", disse. Afirmou, porém, que ainda não sabe como intervir nesse segmento, dependendo de consultas jurídicas.
Outro mecanismo é o empréstimo entre empresas, o que, mais uma vez, representa uma expansão do crédito. Sobre isso, quem deveria tomar conta, segundo Alkimar, é a Receita Federal, para ver se as empresas estariam fazendo os devidos descontos destinados a quem empresta dinheiro.
Segundo o diretor de Política Monetária, o ideal seria que o governo pudesse tomar a mais impopular das medidas: subir o imposto dos cidadãos para reduzir diretamente o consumo.
Alkimar ponderou que essa medida é impraticável. Não apenas por reações políticas, mas porque só poderia valer um ano depois de sua decretação.

Texto Anterior: O CENÁRIO DAS APLICAÇÕES
Próximo Texto: Segunda-feira 55 bancos ficam irregulares
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.