São Paulo, quarta-feira, 26 de abril de 1995
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Influência da obra paterna é decisiva

DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro curta-metragem que Marina Person realizou na ECA tinha uma cena em que um casal discutia numa sala. A cena era vista de fora, através de uma vidraça. Ao ver o copião do filme, uma professora lhe disse: "Que bela homenagem você fez ao seu pai".
Ela se referia ao plano de abertura do clássico "São Paulo S.A." (1964), de Luís Sérgio Person, idêntico ao filmado pela filha. Só que Marina jura de pés juntos que nem percebera a coincidência.
Marina, que hoje é diretora do programa Semana Cine, da MTV, é a única das entrevistadas que não pôde acompanhar o trabalho do pai: tinha sete anos quando ele morreu, em 1976.
Isabel Diegues tinha dois anos quando pisou num set de filmagem pela primeira vez, levada pela mãe, Nara Leão, que trabalhava como atriz em "Quando o Carnaval Chegar", de Cacá Diegues.
"Mas a primeira lembrança forte que eu tenho é da filmagem de 'Xica da Silva', em Minas. Me lembro dos figurinos, da Elke Maravilha. Foi aí que comecei a ficar fascinada pelo circo que se monta para fazer um filme."
Como Isabel, Alice Andrade teve o privilégio de trabalhar intimamente com o pai, durante a realização do roteiro de "Casa Grande e Senzala", que Joaquim Pedro morreu antes de filmar.
"Eu era paga para aprender. A gente estudava junto, discutia, via gravuras. Foi maravilhoso", diz.
Laís Bodansky nunca trabalhou com o pai, mas diz que tudo que faz sofre a influência da mistura de documentário e ficção de "Iracema, uma Transa Amazônica" (co-dirigido por Bodansky e Orlando Senna em 74).
"É um filme único, que mistura de modo maravilhoso ficção e documentário", diz a filha coruja.

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