São Paulo, quarta-feira, 26 de abril de 1995
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Governo de Ruanda corta água e comida de campo de refugiados

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Soldados da etnia tutsi cortaram suprimentos de água e comida aos últimos refugiados da etnia hutu no campo de Kibeho (sudoeste de Ruanda), onde 5.000 teriam sido massacrados no fim-de-semana.
"O cerco vai continuar mesmo que dure seis meses", disse um oficial do Exército Patriótico de Ruanda, dominado por tutsis. O Exército é o sucessor da Frente Patriótica de Ruanda, que tomou o poder no ano passado.
Havia cerca de 100 mil hutus em Kibeho. Observadores dizem que no fim-de-semana foram massacrados pelo menos 4.000. O governo diz que só 300 morreram em choques e tumultos.
Os hutus, acusados de cometerem massacres de tutsis na guerra civil em 1994, fugiram para campos de refugiados em Ruanda ou fora do país temendo represálias.
O governo de Ruanda obriga os cerca de 250 mil refugiados hutus em Ruanda a voltarem em caminhões a suas antigas casas.
Segundo o governo tutsi, os campos de refugiados eram usados para treinamento de guerrilheiros hutus. A ONU informou que 38 armas foram confiscadas no campo de Kibeho.
Segundo agências de auxílio humanitário, muitos hutus foram espancados e vaiados no caminho de volta a suas casas.
Um porta-voz do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) afirmou que pelo menos nove hutus foram assassinados ao voltarem a seus povoados de origem.
Os hutus querem passagem livre para campos de refugiados no Zaire, país vizinho. O governo ruandês descartou a possibilidade de deixá-los sair do país.

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