São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 1995 |
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Light será dividida para facilitar venda
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
As próximas estatais a serem privatizadas serão 14 companhias petroquímicas e a Escelsa, empresa distribuidora de energia elétrica no Espírito Santo. Essas empresas já estavam no programa de privatização, mas o governo FHC resolveu reavaliar os preços mínimos. Deverão ser aprovados na próxima reunião do Conselho Nacional de Desestatização, prevista para 8 ou 9 de maio. Isso feito, o BNDES, que administra o Programa Nacional de Desestatização, poderá marcar a data dos leilões de venda. Petroquímicas menores poderão ser vendidas já em maio. A Escelsa, em junho. Concluídos esses leilões, o governo federal terá privatizado todo o setor petroquímico. Já com o setor elétrico, é o contrário. A privatização começa com a Escelsa. Light A segunda companhia elétrica na lista de venda é a Light, distribuidora de energia no Rio. Segundo a diretora de privatização do BNDES, Elena Landau, a Light está sendo preparada. Ocorre que a companhia, de propriedade do governo federal, detem 48% das ações preferenciais (sem direito a voto nas assembléias de acionistas) da Eletropaulo, empresa pertencente ao governo paulista. E que não tem planos de privatização imediata para ela. Assim, a Light será dividida em duas empresas. Uma ficará exclusivamente com as ações da Eletropaulo, à espera de negociações com o governo paulista. A outra Light ficará com toda a operação de distribuição de energia. Esta será privatizada ainda em 1995. Orçamento No orçamento deste ano, o governo federal espera uma receita de R$ 4,5 bilhões com privatizações. Sem isso, dificilmente as contas fecharão com equilíbrio. Os demais pontos do programa de desestatização estão assim: Bancos - O BNDES já publicou edital para contratação de consultores que vão avaliar o Banco Meridional, uma instituição federal, de varejo, com sede em Porto Alegre. A privatização pode sair no final deste ano. O BNDES está assessorando formalmente a privatização do Banco do Estado do Ceará e, informalmente, a do Credireal, instituição pertencente ao governo mineiro. Não há data prevista. Companhia Vale do Rio Doce - No final de maio, o Conselho Nacional de Desestatização receberá um estudo com sugestões sobre modelos de privatização. O documento será submetido aos ministros cujas áreas de atuação têm a ver com a Vale. Só depois será feita a concorrência para a contratação dos consultores que vão avaliar a empresa e estipular preço. Eletrobrás - o Conselho Nacional de Desestatização sugeriu na última terça-feira a inclusão no programa das subsidiárias da Eletrobrás, Furnas, Eletronorte, Eletrosul e Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). Os próximos passos serão os seguintes: decreto do presidente FHC incluindo as empresas no programa, estudo para avaliar a melhor forma de privatização, a ser concluído em 60 dias, contratação de consultores. Não existe possibilidade desse procedimento, assim como o da Vale, terminar em menos de dois anos. Ou seja, numa hipótese boa, essas privatizações estariam ocorrendo em 1997. Texto Anterior: Construtoras querem seguro facultativo Próximo Texto: Governo pode adiar definição dos cortes Índice |
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