São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 1995
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Americanos confundem elegância com conservadorismo

DA REDAÇÃO

Paris é mais extravagante, mais performática, mais espetáculo. Nova York, em sua quarta temporada oficial, precisa ser mais séria.
Será?
Para fazer emplacar sua moda comercialmente, e em termos de prestígio em relação à Europa, os americanos querem fazer tudo direitinho. Organizam a entrada, atrasam pouco, têm menos top models e mais desconhecidas profissionais.
O problema é que, no fim, tanta onda deixa a moda e o jeito de apresentá-la algo aborrecidos e tediosos.
A elegância do glamour retrô do verão abriu espaço para o tal "novo chique", que consiste em peças clássicas, ênfase na alfaiataria, no corte e no acabamento; tecidos atemporais.
O novo chique invade as passarelas de Nova York com cara de conservadorismo e caretice. Não fosse pelas cores e estamparias engraçadinhas de Todd Oldham e por Anna Sui e seus roqueiros, motoqueiros e "mods" (o estilo de rua inglês dos anos 60), toda a temporada de moda estaria condenada a alguns bocejos.
Claro, Calvin Klein fez todo mundo prestar atenção a seu desfile. Afinal, eram em maioria looks pretos inspirados em Jacqueline Kennedy, Grace Kelly e Audrey Hepburn tão simples, retos e parecidos que o desafio era descobrir onde o estilista queria chegar.
Descobriu-se. É tudo sobre a nova elegância, construção, linhas puras.
Donna Karan, outra que sempre provoca interesse pela quantidade de dinheiro que movimenta na indústria americana, marcou mais pontos em sua linha DKNY, mais jovem e mais barata, do que na coleção dita principal.
Tudo preto, de novo, num megamix de tendências como o "mod", o retrô, o esportivo-esqui, o urbano. Proporções corretas e sucesso garantido, sempre apoiado pelo marketing que ela sabe fazer como ninguém em Nova York. Basta ver os outdoors.
O gigante Ralph Lauren fez uma coleção de elegância adulta, correta e igualmente vendável, enquanto Richard Tyler (agora fora da marca Anne Klein) dá uma de Lagerfeld com bons ombros em blazers e tailleurs, e Isaac Mizrahi veste a nova-iorquina de Midtown, executiva e feminina.

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