São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 1995
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Polícia pressiona assaltantes no PR

JOSÉ MASCHIO; MÔNICA SANTANNA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MARECHAL CÂNDIDO RONDON

A polícia do Paraná tentava vencer as resistências dos assaltantes que mantinham, desde as 5h de segunda até as 19h30 de ontem, sete pessoas como reféns em Marechal Cândido Rondon (PR).
Três homens ocuparam a casa do empresário Roni Martin após uma tentativa de assalto (leia cronologia abaixo). A polícia cercou a casa e tem usado a tática da "inquietação", que consiste em manter os sequestradores em constante pressão emocional.
Para isso, a polícia utiliza artifícios como simular invasões, tiroteios, sirenes e até um motor estacionário permanentemente ligado.
Segundo o delegado Ricardo Noronha, coordenador do Tigre (grupo policial anti-sequestro do Paraná), essa tática tem "comprovação científica" e é eficaz no sentido de manter os sequestradores sob constante tensão.
Para obter informações de dentro da casa, a polícia usava um microfone de alta sensibilidade, colocado no lado externo de um dos 17 cômodos. Assim, a polícia estava acompanhando toda a movimentação dos assaltantes.
As principais informações obtidas mostravam que os assaltantes estavam espalhados pelos quartos da casa, cada um com um número limitado de reféns.
Eles procuravam também se comunicar o mínimo possível, já que eles estariam sabendo do microfone. Mesmo assim, a polícia garantia ontem que dois dos três assaltantes seriam de Santa Catarina.
Até as 18h30 de ontem os três sequestradores mantinham sete pessoas -três mulheres, uma adolescente e três crianças- como reféns na casa do empresário em Marechal Cândido Rondon (703 km a oeste de Curitiba).
Os sequestradores exigiam para a fuga um carro-forte, R$ 100 mil em dinheiro e armas. A polícia só aceitava a rendição incondicional e a liberação dos reféns.
No início da noite, a polícia instalou dois holofotes em frente à casa, indicando que as negociações continuariam na madrugada.
O governador do Paraná, Jaime Lerner (PDT), disse hoje, em Curitiba (PR), que determinou à polícia salvar vidas de todos os envolvidos. "Devemos salvar as vidas e não sacrificar nenhuma delas."

* Colaborou MÔNICA SANTANNA, da Agência Folha, em Curitiba.

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